A Direção-Geral da Saúde e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge anunciaram que o Relatório sobre a evolução da SIDA em Portugal não será divulgado, como habitualmente, a 1 de dezembro de 2021, que assinala o Dia Mundial da SIDA.
A DGS justifica a ausência de dados com a pandemia da COVID-19. Segundo o organismo liderado por Graça Franco, o combate à pandemia determinou a "necessidade de desenvolvimento, atualização e gestão de múltiplas ferramentas de monitorização das suas várias dimensões".
Ess facto levou ao desvio dos recursos disponíveis. "A premência desta situação extraordinária sobrepôs-se às imprescindíveis atualizações e manutenção do sistema informático do VIH (SI.VIDA), o que impossibilitou a recolha atempada da informação necessária à elaboração do relatório", escreve em comunicado a DGS.
A mesma DGS diz que embora existam informações, recolhidas através da notificação clínica de casos e de outras fontes, "sabe-se que não estão garantidas a abrangência e representatividade de dados que permitiria conhecer a dimensão e as características atuais da infeção, bem como compreender a sua evolução temporal".
Esta entidade argumenta que "os indicadores em saúde valem acima de tudo por reproduzir fielmente a realidade", e que só assim é possível analisar o efeito das opções estratégicas e fundamentar a tomada de decisões.
"Nas atuais condições, com os dados disponíveis para os anos mais recentes, não existe essa garantia. Assim, entende-se não divulgar este ano a informação de progresso do VIH em Portugal, quer a nível nacional como internacional", argumenta a mesma entidade.
Ainda assim garante-se qiue o Programa Nacional para as Infeções Sexualmente Transmissíveis e Infeção pelo VIH "reitera todo o empenho em garantir que o relatório seja disponibilizado até 30 de abril de 2022".
E a DGS convoca a SPMS - Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, EPE para solucionar as disfuncionalidades atuais do programa informático SI.VIDA, que diz ser "essencial para a recolha, gestão e divulgação da realidade da epidemia VIH em Portugal".