Os advogados de José Sócrates já reagiram ao adiamento do prazo para conclusão da investigação, com um comunicado em que dizem que a procuradoria-geral da República (PGR) se limitou a “deitar as culpas ao mordomo”, através de uma decisão ilegal e ilegítima que consagra a “violência desenfreada sobre as pessoas”. Por isso, a defesa de Sócrates “irá impugnar, por todos os meios legais, esta decisão, nula e insensata, e os seus autores.”
Esta sexta-feira a PGR aceitou o pedido do Ministério Público de adiar o prazo para o fim da investigação no caso Marquês.
Em comunicado enviado às redacções, João Araújo e Pedro Delille começam por salientar que este é o “quinto” prazo “que lhes foi ‘dado’”. A palavra “quinto” aparece com duplo sublinhado.
“A decisão da Senhora Procuradora-Geral que, espremida do longo arrazoado que a enroupa, se traduz essencialmente em deitar as culpas ao mordomo e, talvez para evitar novas violações dos prazos, determinar que o inquérito prossiga sem prazo nenhum, é ilegal e ilegítima e representa a consagração e a adopção, agora sem disfarce ou cautela, do que caracteriza este processo desde o seu início – a violência desenfreada sobre as pessoas; o desrespeito absoluto pelos direitos e garantias dos arguidos; o concerto e a articulação, de pensamento e acção, no Ministério Público, para violar a Lei”, criticam os advogados.