Um jogo "online", que nasceu na Rússia e no Brasil, chamado "Baleia Azul", está a incitar jovens à automutilação e ao suicídio. A tendência chegou a Portugal e já terá feito duas vítimas.
O "Correio da Manhã" noticia esta sexta-feira que uma jovem ficou ferida depois de se ter atirado de um viaduto no Algarve. O diário escreve que o alerta foi dado na madrugada de quinta-feira, depois de terem sido ouvidos gritos junto à linha férrea que passa por baixo de um viaduto na zona de Ferreiras, em Albufeira.
Fonte do hospital de Faro disse ao "Público" que o estado da jovem é "estável": fala, reconhece pessoas e já recebeu a visita da mãe.
A jovem acabou resgatada pelos bombeiros com ferimentos na cara e numa das pernas. A menor tinha escrito "sim" nos membros inferiores, com uma navalha, segundo o mesmo jornal. A afinidade linguística faz com que muitos jovens portugueses já tenham contactado com o jogo popular no Brasil.
O segundo caso aconteceu em Sines. Um adolescente foi recentemente transportado para o Hospital de Setúbal por cortes num braço que fontes dos bombeiros e da GNR relacionam com o "Baleia Azul".
O jovem de 15 anos foi levado para o hospital de Setúbal depois de ter "desenhado" uma baleia num braço com um objecto cortante, uma das tarefas do jogo, disse à agência Lusa fonte dos bombeiros.
Os conselhos da PSP
As autoridades brasileiras estão a investigar vários casos em que adolescentes terão posto fim à vida a mando dos administradores do jogo.
O "Baleia Azul" consiste na atribuição de 50 tarefas, entre as quais "corte o braço com uma lâmina" ou "fure a mão com uma agulha".
Os administradores do jogo enviam ainda filmes e músicas que os jovens têm de ouvir. Depois, levam a que estes avancem para a automutilação. A última tarefa é o suicídio. As vítimas são normalmente menores fragilizados a quem são feitas ameaças, pessoais e à família, em caso de abandono do jogo.
O jornal brasileiro "O Globo" teve acesso a uma mensagem recebida por jovem de 22 anos: “Caso nos bloqueie ou nos ignore, mandaremos o seu número ao nosso chefe. Ele vai pegar nos seus dados e descobrirá o seu nome.”
A PSP aconselha os pais a “manterem-se informados relativamente ao jogo e a alertar crianças e jovens para as suas implicações”, bem como a aumentarem a supervisão das actividades dos filhos na internet.
“Importa ainda que os pais alertem as crianças sobre os riscos de adicionar desconhecidos e recomendem que apenas a família, amigos e pessoas da escola façam parte da lista de amizades nas redes sociais”, diz a PSP, que aconselha os pais a dirigirem-se à esquadra mais próxima sempre que suspeitem que “as crianças ou jovens estejam a ser alvo de violência psicológica ou intimidação”.
[Notícia actualizada às 23h13]