A nova presidente da câmara de Melitopol, Galina Danilchenko, nomeada pela administração regional de Zaporiyia, afeta aos russos, pediu este domingo aos cidadãos para não resistirem à ocupação russa para a vida poder voltar ao normal.
“Queridos habitantes de Melitopol e da sua região, agora a nossa principal tarefa é construir todos os mecanismos para nos adaptarmos à nova realidade, de maneira a que tão rapidamente quanto possível a cidade comece a viver de novo”, disse a mensagem divulgada nas redes sociais, dita em russo.
A administração regional de Zaporizhzhia nomeou a presidente da câmara depois da captura do anterior autarca, Ivan Fedorov, pelas forças russas que ocupam Melitopol, uma cidade situada entre Mariupol, cercada pelos russos, e Jerson, ocupada.
“Apesar de todos os nossos esforços, na cidade há pessoas que querem desestabilizar a situação, o que os leva a fazer atos extremistas; por favor, não caiam nestas provocações, sejam razoáveis”, acrescentou a nova autarca.
Danilchenko pediu também aos deputados locais para se dedicarem à tarefa para a qual foram eleitos, que é trabalhar para o bem estar de todos, e anunciou ainda a criação de um “comité popular, que se ocupará de todas as questões administrativas na cidade”.
Kiev já disse à autarca para se lembrar do destino de Nelly Shtepa, que em 2014 foi nomeada presidente da câmara da cidade de Slovyansk na autoproclamada República de Donetsk e mais tarde detida pelas autoridades ucranianas.
Enquanto o paradeiro do presidente da câmara Ivan Fedorov permanece desconhecido, aproximadamente 2.000 residentes da cidade foram às ruas no sábado para pedir a sua libertação.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou também aos líderes de França e Alemanha, Emmanuel Macron e Olaf Scholz, para pressionarem o Presidente russo, Vladimir Putin, a libertar o presidente da câmara “imediatamente”.
Melitopol encontra-se atualmente sob ocupação pelas forças russas. Fedorov, segundo a agência de notícias ucraniana UNIAN, tinha-se recusado a cooperar com os russos, mantendo a bandeira ucraniana na Câmara Municipal da cidade.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.