A intensificação dos combates e dos bombardeamentos do regime da Síria e do seu aliado russo na província de Idlib (noroeste) causou mais de 235 mil deslocados em menos de duas semanas, indicou esta sexta-feira a ONU.
Desde 16 de dezembro que as forças de Bashar al-Assad, apoiadas pela aviação russa, têm intensificado os bombardeamentos na região de Idlib, onde também participam em violentos combates terrestres contra 'jihadistas' e rebeldes.
Os deslocamentos em massa, registados entre 12 e 25 de dezembro, dizem sobretudo respeito à cidade de Maaret al-Noomane e aos seus arredores, agora "praticamente vazios", adiantou a ONU num comunicado.
A maioria dos deslocados fugiu para o norte, para as cidades de Ariha, Sarageb e Idlib, ou para campos de deslocados já superlotados ao longo da fronteira com a Turquia e alguns foram para zonas controladas por rebeldes pró-turcos no norte de Alepo, precisou a organização.
Correspondentes da agência France-Presse na região de Idlib relataram nos últimos dias longas filas de veículos carregados com o que as pessoas conseguem juntar à pressa.
O regime, que controla mais de 70% do território sírio, tem afirmado repetidamente estar determinado em recuperar Idlib.
Damasco e Moscovo realizaram uma grande ofensiva entre abril e agosto, que causou a morte de um milhar de civis, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), e provocou a fuga de 400 mil pessoas, de acordo com a ONU.
A guerra na Síria, desencadeada em 2011 pela repressão de manifestações pró-democracia, causou mais de 370 mil mortos e milhões de deslocados e refugiados.