Um tribunal indiano confirmou, esta terça-feira, a proibição do uso do véu islâmico em salas de aula no Estado de Karnataka, no sul do país.
"Consideramos que o uso de hijab por mulheres muçulmanas não faz parte da prática religiosa essencial na fé islâmica", disse o chefe de justiça Ritu Raj Awasthi, da Alta Corte de Karnataka, no julgamento, citado pela agência Reuters.
A medida foi tomada, pela primeira vez, pela direção de uma escola governamental de raparigas em Udupi, um pequeno distrito de Karnataka, onde as estudantes muçulmanas foram subitamente informadas de que não podiam assistir às aulas se continuassem a usar o véu.
As estudantes manifestaram-se contra a medida, num protesto que se estendeu a todo o estado e, posteriormente, a todo o país, tendo decorrido também manifestações no Paquistão, de maioria muçulmana, com a ativista e prémio Nobel Malala Yousafzai a expressar apoio às raparigas.
Com vista a aliviar as tensões, o Governo do estado fechou temporariamente todas as escolas, ao mesmo tempo que o tribunal superior de Karnataka proibiu, temporariamente, o uso de todos os símbolos religiosos nas escolas, enquanto estivesse a deliberar sobre a questão do hijab.
A decisão do tribunal de proibir o véu islâmico nas salas de aula surge após semanas de deliberações, que esta “era uma restrição razoável aos direitos fundamentais”.
Críticos da proibição dizem que é uma outra maneira de marginalizar uma comunidade que representa cerca de 13% dos 1,35 bilhões de pessoas da Índia, de maioria hindu.
Muitos residentes de Karnataka lembraram que as alunas muçulmanas usam ‘hijab’ da mesma forma que hindus, sikhs e cristãos usam os respetivos símbolos religiosos.