“Não é viável” a possibilidade de o Seminário Maior de Évora vir a disponibilizar camas para arrendar a estudantes do ensino superior, a preços mais acessíveis, diz o arcebispo de Évora, em declarações à Renascença, depois das recentes notícias que dão conta de contactos entre o Governo, através do secretário de estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Sobrinho Teixeira, e os bispos das dioceses do país.
O objetivo passa por perceber qual a capacidade que existe, por parte da Igreja, para acolher estudantes candidatos ao ensino superior e que são confrontados com a escassez de camas e as elevadas rendas praticadas em Portugal.
“É uma preocupação transversal à sociedade e, por isso, a Igreja não se sente de fora”, assegura D. Francisco Senra Coelho. Contudo, o prelado esclarece que “não existe consistência na eventualidade do seminário de Évora ser colocado ao serviço de acolhimento a universitários que venham para esta cidade”, uma vez que “está a funcionar em pleno para as funções a que se destina: seminário e formação filosófica/teológica.”
No seminário eborense residem os seminaristas da arquidiocese, de Beja, do Algarve e alunos de Cabo Verde, estando o edifício, apenas, “destinado à residência de futuros sacerdotes, funcionando de modo eficiente e dinâmico”, acrescenta, D. Francisco Senra Coelho.
“Isto não faz com que o arcebispo de Évora não esteja preocupado com esta questão”, afirma, colocando-se “ao dispor da universidade eborense, da sua reitoria, para dialogar e trabalharmos em conjunto.”
“A arquidiocese não tem instalações preparadas para alojar alunos. Não conseguimos responder a esta necessidade premente, com a qual estamos solidários e absolutamente atentos e disponíveis para colaborar numa solução”, garante o arcebispo de Évora.