Combustíveis e serviços mínimos. "Portugal não é só Lisboa e Porto", diz presidente da Câmara de Aveiro
17-04-2019 - 10:21
 • Renascença

Ribau Esteves considera "fundamental que os serviços mínimos sejam estendidos a todo o país". António Costa admite que o Governo está a analisar essa possibilidade.

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O vice-presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP), Ribau Esteves, lamenta que a definição de serviços mínimos na crise do abastecimento de combustíveis se limitem a Lisboa e Porto. É uma decisão "não faz qualquer sentido", diz à Renascença.

O também presidente da Câmara de Aveiro diz que "Portugal não é só Lisboa e Porto". "Todas as regiões são fundamentais para o país, vivem lá pessoas, há hospitais, há recolha de lixo para fazer, há tantas coisas que temos para gerir em todo o território nacional", acrescenta.

Para Ribau Esteves "é fundamental, em respeito a todos os cidadãos, que os serviços mínimos sejam estendidos a todo o país, porque esta é uma questão que diz respeito a todas as regiões onde há cidadãos a viver". Lembra que "estamos em época alta no turismo e é duplamente incompreensível que tenhamos um problema desta natureza" sem uma resolução que abranja todo o território.

As "reivindicações têm que ser compatibilizadas com o funcionamento normal do país", acrescenta.

Em Aveiro, diz o presidente da Câmara, praticamente nenhum posto tem gasóleo e "vão escasseando os outros combustíveis". "A empresa que faz a recolha dos lixos não tem combustíveis - que também é gasóleo - para a recolha desta noite", conta. Com a previsão do agravamento do problema nas próximas horas, a autarquia está a "fazer diligências para resolver o problema", nomeadamente com uma empresa que produz e armazena combustíveis no porto de Aveiro.

Governo pondera alargar serviços mínimos

Esta manhã, no Parlamento, António Costa admitiu que o "o Governo está em contacto com a ANTRAM" para "avaliar a necessidade de alargar os serviços mínimos”.

O primeiro-ministro respondia a uma questão do PSD. O líder da bancada parlamentar social-democrata confrontou António Costa sobre o papel do Governo para mitigar as consequências da greve dos motoristas de matérias perigosas. "Como foi possível em dia e meio a situação ter atingido estas proporções?”, questionou Fernando Negrão.

"Ontem assistimos a um país em sobressalto, com bombas de gasolina fechadas, aviões desviados e transportes das forças de segurança e de emergência em risco”, disse Negrão no debate quinzenal desta quarta-feira.