O presidente do PSD/Madeira e do Governo Regional desvalorizou esta quarta-feira as críticas do líder do CDS-PP ao acordo de incidência parlamentar celebrado com o PAN, depois de Nuno Melo ter dito que preferia um entendimento com a IL.
“Quem tem de decidir isso é o dirigente regional, que sou eu, do PSD”, afirmou Miguel Albuquerque.
O líder social-democrata também desvaloriza a instabilidade interna na estrutura regional do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), marcada pelo conflito entre e a deputada única eleita pelo partido, Mónica Freitas, e o porta-voz da comissão política regional, Joaquim Sousa, que considera o acordo ilegal.
“Não há nenhum problema”, assegurou Miguel Albuquerque, acrescentado que “ninguém liga” a Joaquim Sousa.
O presidente do PSD/Madeira e do Governo Regional falava à margem da cerimónia de entrega de Medalhas de Mérito Turístico, no convento de Santa Clara, no Funchal, onde reagiu às declarações do líder do CDS-PP, Nuno Melo, que assinalou na terça-feira que o acordo de incidência parlamentar na Madeira foi fechado entre PSD e PAN, “processo [que] passou à margem” dos centristas, e apontou que teria preferido um entendimento com a Iniciativa Liberal.
Em declarações à Lusa, Nuno Melo afirmou que a solução "resulta de um entendimento do PSD/Madeira com o PAN, no qual o CDS não participou”, sendo o “acordo do presidente do Governo Regional”.
Sobre esta questão, Miguel Albuquerque respondeu, afirmando apenas: “Não ouvi isso”.
A agência Lusa tentou, sem sucesso, contactar o líder do CDS-PP/Madeira, Rui Barreto.
A Lusa questionou também a deputada eleita do PAN sobre esta matéria, tendo Mónica Freitas assegurado que o acordo de incidência parlamentar foi assinado "com a coligação PSD/CDS".
A coligação Somos Madeira (PSD/CDS-PP) venceu no domingo as eleições legislativas regionais da Madeira, mas falhou por um deputado a maioria absoluta, para a qual são necessários 24 dos 47 lugares do parlamento do arquipélago.
A deputada eleita do PAN, Mónica Freitas anunciou na terça-feira que assinou um acordo de incidência parlamentar de quatro anos com a coligação PSD/CDS-PP, viabilizando assim uma maioria absoluta no hemiciclo.
Pouco depois, Miguel Albuquerque confirmou o anúncio, declarando que o acordo com o PAN é “sério” e foi negociado de “boa-fé”, mas não excluiu conversações também com a Iniciativa Liberal.
Ao ser questionado porque escolheu negociar com o PAN e não com a IL, Albuquerque respondeu: “É uma boa pergunta e eu vou-lhe dizer a resposta: Porque escolhi.”