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Com o país em estado de alerta, Luís Fernandes, de 30 anos, decidiu ajudar as pessoas que têm dificuldades para sair de casa. Vai na vez de quem não pode ou não deve arriscar saídas fazer as compras em regime de voluntariado.
A ideia surgiu porque na família tem “pessoas com problemas respiratórios e são, nesta altura, consideradas pessoas de risco”.
“Os meus pais e os meus sogros são pessoas de risco e como não podem fazer compras optamos por fazê-las nós e estendemos esta disponibilidade a toda a cidade, às pessoas que mais necessitam”, conta Luís Fernandes à Renascença.
Luís Fernandes criou uma página no Facebook para divulgar a iniciativa e já conta com oito voluntários para ajudar e tornar a oferta mais abrangente. Os pedidos também vão chegando de pessoas que solicitam a compra de alimentos ou medicamentos.
“Até tive o pedido de uma grávida que precisava de álcool e prontamente apareceu uma pessoa a disponibilizar um frasco, uma vez que é um produto que, em Chaves, está muito difícil de encontrar”, refere.
O “braço direito” de Luís é o jovem João Miranda, de 26 anos. Juntou-se à causa para ajudar e evitar que o vírus se “espalhe por aí” e como a empresa onde trabalha reduziu o horário de funcionamento, tem agora “mais tempo para esta causa solidária”.
“Estou pronto para ajudar em tudo o que for necessário”, garante o João, assegurando que “tudo é feito de forma gratuita, porque nesta altura tão complicada temos de ser unidos e solidários”.
“Nós estamos aqui para ajudar as pessoas consideradas de risco e as pessoas idosas, para salvaguardar a sua saúde e evitar que fiquem doentes. Somos um grupo sem fins lucrativos e não pretendemos ganhar dinheiro com esta situação, pretendemos, sim, ajudar quem mais necessita. Hoje por eles amanhã por nós”, acrescenta Luís Fernandes.
O grupo de voluntários efetua as compras e entrega-as, acompanhadas com as respetivas faturas nos domicílios de quem efetua o pedido. Em todo o percurso os voluntários usam “máscara e luvas” e procuram ter “o máximo cuidado com a higiene das mãos”.
Também o taxista Miguel Pinto oferece transporte gratuito “para toda a pessoa que se queira deslocar ao hospital, consultas, farmácia ou supermercado”.
“Estamos disponíveis para ajudar os mais velhos e as pessoas que não têm possibilidades para pagar o transporte”, diz a Renascença o taxista que opera em Chaves.
O táxi tem a capacidade para nove pessoas, mas, nesta altura de contenção, devido à Covid-19, “não transportará na mesma viagem mais do que três pessoas, o idoso, o acompanhante, se for o caso, e o motorista”.
As viagens gratuitas não estão limitadas em termos de distâncias e compreendem, por exemplo, a deslocação a Vila Real ou ao Porto, para realização de consultas médicas.