“Não podemos ser indiferentes”. Bispos apelam à participação na jornada de oração e jejum pela Paz
04-10-2024 - 08:20
 • Olímpia Mairos

O Papa Francisco convocou todos os fiéis a rezar pela paz no mundo, nos próximos dias 6 e 7 de outubro, pedindo a intercessão de Nossa Senhora. Um apelo acolhido pelos bispos portugueses.

A Conferência Episcopal Portuguesa convida todos os cristãos, famílias, paróquias, comunidades religiosas, dioceses e outras instituições eclesiais a unirem-se em oração pela paz, nos dias 6 e 7 de outubro.

Na missa de abertura da segunda sessão do Sínodo sobre a sinodalidade, o Papa Francisco convocou todos os fiéis a rezar pela paz no mundo, nos próximos dias 6 e 7 de outubro, pedindo a intercessão de Nossa Senhora.

No dia 6 de outubro, às 16h00 de Portugal, o Papa Francisco rezará o terço na Basílica de Santa Maria Maior, em conjunto com os participantes da Assembleia Sinodal, oriundos dos cinco continentes. Já para dia 7 de outubro, o Papa convocou um dia de oração e jejum pelo dom da paz no mundo.

Para o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. José Ornelas, unir-se em oração e em jejum significa “aderir ao projeto de Deus, que é um projeto de redenção do mundo, não pela violência, mas pela paz, pela fraternidade, pela capacidade de encontrar caminhos em que juntos encontramos soluções para os problemas que temos, sem ter de recorrer às armas para que elas sejam solução, que não são solução nenhuma, são sempre a ausência de caminhos verdadeiramente humanizadores”.

“Guerras ferem o coração da humanidade”

Na sequência do pedido do Papa, o patriarca de Lisboa convocou toda a diocese a associar-se ao dia de oração e jejum, no dia 7 de outubro.

“Convoco, assim, toda a Diocese de Lisboa para este tempo, em que somos convidados a voltar o nosso coração para Deus e elevar a súplica de Paz”, escreve D. Rui Valério.

Na carta dirigida a todos os diocesanos, o patriarca de Lisboa afirma que “as guerras que estão a acontecer pelo mundo ferem o coração da humanidade”, assinalando que “não podemos ser indiferentes aos mortos, aos reféns, às crianças que perderam os pais e a tantas pessoas que, de forma direta ou indireta, sofrem por causa dos conflitos armados”.

O prelado assegura, no entanto, que “também, neste momento, sabemos que Deus é o amigo e companheiro que está connosco e nunca nos abandona. Ao mesmo tempo, também Ele é o Príncipe da Paz e sabemos que n’Ele, por Ele e d’Ele podemos receber a paz verdadeira e duradoura”.

D. Rui Valério entende que “viver um dia de oração e jejum por esta intenção é importantíssimo, porque nos recorda que a Paz não é apenas ausência de guerra (ainda que isso, nos nossos dias, já fosse muito bom), mas a verdadeira Paz é reconciliação com Deus e com os irmãos e também justas e responsáveis relações com o meio ambiente”.

“É nesta reabilitação de todas as relações que se pode compreender a busca da Paz pela oração e pelo jejum. Paz nos territórios afetados pelos conflitos que nos chegam pelos meios de comunicação: na Terra Santa, na Ucrânia, na República Centro-Africana. Mas também Paz nas nossas cidades, vilas, aldeias e famílias”, esclarece.

“É urgente sermos solidários com os irmãos que sofrem a guerra”

Também o cardeal D. Américo Aguiar convida os seus diocesanos de Setúbal a unirem-se ao Papa Francisco nesta prece pela paz.

Numa mensagem vídeo, a partir da Sala Paulo VI, onde participa no sínodo, D. Américo diz que “o que vemos no Líbano, Israel, na Palestina não pode deixar de nos fazer levantar do sofá, da segurança e do conforto das nossas vidas para rezarmos pela paz, para pedirmos o dom da paz a Deus e a pedirmos a intercessão de Maria por essa mesma paz”.

“Convido todos os amados diocesanos de Setúbal a poderem juntar-se no domingo às 4 horas da tarde, numa igreja, em casa, em família, nas mais diversas circunstâncias, nas nossas igrejas jubilares, no Cristo Rei, em Santa Maria do Cabo, na Atalaia, na catedral, em qualquer local…, não é preciso ir de propósito a lado nenhum especial, para que nos possamos unir em oração, rezando o terço com Maria, de mãos dadas com Maria até Jesus, para pedirmos o dom da paz”, explica.

Para o bispo de Setúbal “é urgente que saiamos do nosso conforto, da nossa segurança e sejamos solidários com os irmãos que sofrem a guerra, seja na Terra Santa e na terra de Jesus, seja na Ucrânia, seja em Myanmar, seja no Sudão, seja em tantos, tantos outros locais do mundo onde a guerra é o quotidiano da vida dos irmãos e das irmãs”.