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A Rússia só aceita um diálogo de paz com a Ucrânia se Kiev aceitar "todas as exigências russas", disse esta sexta-feira o Presidente russo ao chanceler alemão, segundo o relato da conversa telefónica divulgado em Moscovo.
"A Rússia está aberta ao diálogo com o lado ucraniano, bem como com todos aqueles que querem a paz na Ucrânia. Mas na condição de todas as exigências russas serem satisfeitas", disse o Kremlin sobre a declaração de Vladimir Putin a Olaf Scholz, citado pela agência francesa AFP.
Durante a conversa, Putin repetiu a Scholz as suas exigências: um estatuto "neutro e não nuclear" para a Ucrânia, a "desmilitarização obrigatória" e "desnazificação" do país, o reconhecimento da anexação russa da Crimeia e a soberania das regiões separatistas pró-russas de Donetsk e Lugansk, no leste ucraniano.
O líder russo disse que "espera que os representantes de Kiev adotem uma posição razoável e construtiva na terceira ronda de negociações", que as autoridades ucranianas admitiram que se realizará este fim de semana.
Putin assegurou também que as forças russas não estão a bombardear Kiev ou as principais cidades ucranianas, qualificando como "uma fabricação grosseira de propaganda" os relatos sobre a destruição causada na Ucrânia.
O Presidente da Rússia disse ainda que as "metas e objetivos" de Moscovo na sua guerra com a Ucrânia "serão sem dúvida implementados".
No respetivo relato da conversa, o Governo alemão disse que Scholz pediu a Putin que coloque imediatamente um fim aos combates na Ucrânia e abra corredores de ajuda humanitária.
Na conversa, "o chanceler disse que estava muito preocupado", invocando "as imagens e informações terríveis vindas da Ucrânia", de acordo com um comunicado divulgado em Berlim.
Scholz e Putin concordaram em voltar a falar, em breve, acrescentou o gabinete do chefe do Governo alemão.
A Rússia invadiu novamente a Ucrânia em 24 de fevereiro, depois de ter anexado a Crimeia em 2014.
Na mesma altura, eclodiu uma guerra separatista nas regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk, com apoio de Moscovo, que provocou mais de 14.000 mortos em oito anos.
A atual ofensiva militar, que entrou hoje no nono dia, provocou milhares de mortos, entre civis e militares, mas o número preciso está por contabilizar.