O coordenador das Comissões de Trabalhadores (CT) do Parque Industrial da Autoeuropa, Daniel Bernardino, indica à Renascença que já foram despedidos 300 trabalhadores, devido à paragem de produção.
São trabalhadores precários e temporários, com contratos a termo incerto.
Daniel Bernardino refere que há empresas que "indicam aos trabalhadores que contam com eles depois da paragem", e que ambos os lados estão "apreensivos".
"Achamos complicada para as próprias empresas a possibilidade dos trabalhadores receberem outra proposta durante a paragem e abandonarem".
O coordenador das Comissões de Trabalhadores indica, ainda, que o tempo de paragem pode ser inferior a nove semanas.
Daniel Bernardino conta que hão houve nenhum contacto do Governo e que, depois de tentarem uma audiência com o Ministério da Economia e o Ministério do Trabalho, ainda não houve resposta.
"Tentamos manter o diálogo e a paz social neste parque industrial e acho que merecíamos uma palavra do Governo", considera.
O ministro da Economia, António Costa Silva, disse esta semana acreditar que a paragem da Autoeuropa vai ser menor do que a anunciada, destacando que o Governo está a trabalhar para minimizar o impacto da paragem no país e nas 30 empresas satélites.
António Costa Silva adiantou que vai reunir-se nos próximos dias com as associações da indústria de componentes e com a administração da Autoeuropa.
A empresa revelou na quinta-feira da semana passada que iria haver uma paragem de produção de nove semanas, de 11 de setembro a 12 de novembro, devido às dificuldades de um fornecedor da Eslovénia “severamente afetado” pelas cheias que ocorreram no início do mês de agosto naquele país.
A administração da fábrica de automóveis da Volkswagen em Palmela anunciou também a intenção de recorrer ao `lay-off´ durante a paragem de produção, tendo chegado a um acordo com a Comissão de Trabalhadores sobre as remunerações a pagar nesse período de aplicação do `lay-off´.
De acordo com a empresa, “com o objetivo de minimizar o impacto na remuneração mensal dos colaboradores afetados pelo 'lay-off', foram acordados hoje, entre a administração e a comissão de trabalhadores os seguintes termos: complemento da contribuição retributiva legal a 80% da remuneração base, incluindo subsídio de turno”.