Benfica suspeito de corrupção em 12 jogos entre 2016 e 2019
02-03-2023 - 09:35
 • Renascença

Ministério Público acredita que Benfica pagou a jogadores adversários para facilitarem jogos e criou sistema de dependência de clubes pequenos em troca de favores.

O Ministério Público estará a investigar o Benfica por suspeita de corrupção desportiva em 12 jogos da I Liga entre 2016 e 2019, segundo avança a "TVI".

A estação televisiva, que afirma ter acesso ao processo, diz que estão em causa seis jogos do Benfica em que o clube terá pago a jogadores para facilitarem o jogo a seu favor.

Nas restantes seis partidas, estão em causa pagamentos a adversários de FC Porto e Sporting para que vencessem os seus jogos, já depois de maio de 2017, altura em que passou a vigorar legislação que proibe este tipo de incentivos.

O Ministério Público suspeita que o Benfica criou um sistema de dependência económica em clubes mais pequenos com a transferência de jogadores sem contrapartidas financeiras, o que terá criado um ambiente de favor.

A TVI revelou seis jogos em que o Benfica terá corrompido os adversários: Marítimo-Benfica, 0-2, maio de 2016; Rio Ave-Benfica, 0-1, maio de 2017; Boavista-Benfica, 2-2, maio de 2017; Benfica-Marítimo, 5-0, março de 2018; Benfica-Boavista, 5-1, janeiro de 2019; Marítimo-Sporting, 2-1, maio de 2018.

Noutro caso, a SAD do Benfica confirmou, na última quarta-feira, que foi acusada de fraude fiscal, em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Em causa está o processo "Saco Azul". O Ministério Público (MP) acusou Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica, Domingos Soares de Oliveira, atual co-CEO da SAD encarnada, Miguel Moreira, ex-diretor financeiro da SAD, a Benfica SAD, a Benfica Estádio, a empresa informática Questão Flexível, S.A., e o seu dono, José Bernardes, e mais dois arguidos de fraude fiscal e falsificação de documentos.

No comunicado, a SAD do Benfica confirma que, "por inerência e entre outros", membros que integraram o Conselho de Administração no mandato 2016 a 2020, "um dos quais se encontrando ainda em funções", foram acusados do mesmo crime, "bem como de falsificação de documentos instrumentais daquela imputada fraude fiscal".