O candidato à liderança do PS Pedro Nuno Santos considerou esta terça-feira fundamental encerrar o dossiê do aeroporto e tomar uma decisão sobre a sua localização, defendendo que "mais vale feito que perfeito".
"Eu quero que o nosso país avance e que não continue a marcar passo. Já perdemos demasiado tempo com a decisão sobre a localização do aeroporto e, por isso, quero e desejo que se encerre este capítulo de uma vez, que avancemos para as obras", afirmou, para logo acrescentar que o país, sendo periférico, precisa de uma infraestrutura aeroportuária que permita a ligação do continente americano com a Europa.
Pedro Nuno Santos, que falava à margem de um encontro com militantes do PS/Madeira, no Funchal, regia assim ao facto de a comissão técnica independente (CTI) responsável pela avaliação ambiental estratégica para o aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa ter identificado Alcochete como a solução com mais vantagem para o novo aeroporto, entre as duas opções viáveis (Alcochete e Vendas Novas), segundo o relatório divulgado.
A opção que envolve o Campo de Tiro de Alcochete é identificada como a que apresenta mais vantagens, entre as duas soluções viáveis para um "hub" (aeroporto que funciona como plataforma de distribuição de voos) intercontinental, segundo o relatório publicado na página da comissão técnica independente (CTI).
"Em Portugal, nós confundimos muitas vezes impulsividade com decisão, porque em Portugal arrastamos demasiado os pés e com isso prejudicamos o desenvolvimento nacional", afirmou Pedro Nuno Santos. .
O candidato à liderança do PS lamentou, no entanto, o facto de no país haver sempre uma "boa razão para adiarmos mais um dia, para ouvirmos mais alguém, para fazermos mais um estudo", sublinhando que Portugal só sairá da "cepa torta" quando for capaz de tomar decisões e de avançar.
"Como diz o povo, mais vale feito que perfeito", disse, para logo reforçar: "É hora de nós rapidamente encerrarmos este dossiê".
Pedro Nuno Santos criticou, por outro lado, o líder o PSD, Luís Montenegro, por ter anunciado que o partido vai criar um grupo de trabalho interno para analisar o relatório comissão técnica independente.
"Nós precisámos é de nos habituar a decidir. Não há decisões perfeitas, não há decisões sem críticas. Isso não pode fazer com que nós fiquemos paralisados. Temos que avançar", declarou, assegurando que no PS não será criado mais nenhum grupo de trabalho interno para pensar e estudar o relatório.