O Papa Francisco recebeu esta segunda-feira, em audiência privada, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
O encontro não tinha sido anunciado de antemão, nem se sabia que Maduro tinha viajado para a Europa, numa altura em que o seu país sofre um agravamento da profunda crise económica e política dos últimos anos.
Durante o fim-de-semana Maduro encontrava-se na Arábia Saudita, num encontro de países produtores de petróleo e foi lá que assistiu ao agravar da situação política no país, quando o Conselho Nacional Eleitoral que bloqueou a realização de um referendo à sua presidência.
Em resposta, esta segunda-feira os Parlamento discutiu a possibilidade de julgar Maduro por violar a constituição e tentativa de golpe de Estado, mas os trabalhos foram interrompidos quando dezenas de apoiantes de Maduro e do seu antecessor Hugo Chávez, considerado o pai da revolução, entraram no hemiciclo.
Foi neste contexto que Francisco recebeu o Presidente venezuelano. O comunicado da Santa Sé sublinha a difícil situação na Venezuela e diz que o Papa se ofereceu para ajudar a encontrar soluções de paz.
“O encontro surge no quadro da preocupante situação de crise política, social e económica que o país está a atravessar e que se repercute pesadamente sob a vida quotidiana de toda a população”, lê-se.
“Neste sentido, o Papa, que tem o bem de todos os venezuelanos no coração, quis continuar a oferecer o seu contributo a favor da estabilidade do país e de tudo o que possa contribuir para resolver as questões em aberto e criar confiança entre as partes.”
A Sala de Imprensa da Santa Sé diz ainda que Francisco convidou Maduro a percorrer “com coragem a via do diálogo sincero e construtivo, para aliviar o sofrimento do povo e dos pobres em primeiro lugar, e promover um clima de renovada coesão social que permita olhar para o futuro da nação com esperança”.
Esta visita surge na semana depois de ter sido eleito um venezuelano para liderar a Companhia de Jesus, a maior ordem religiosa do mundo. Arturo Sosa é conhecido por ter denunciado o regime iniciado por Hugo Chávez e durante a semana encontrou-se pessoalmente com o Papa argentino.