Na circular que envolve Évora há uma zona em que é visível um conjunto de vigas enferrujadas que ali está desde 2011, altura em que foi interrompida a obra do IP2 para não mais ser relançada.
É um tema recorrente para os comunistas e tem contornos de "absurdo" segundo o líder parlamentar. A atual circulação automóvel faz-se toda pelo centro da cidade, ligeiros e pesados de mercadorias, tudo à espera que a construção do troço de trinta quilómetros seja retomada.
Nas jornadas parlamentares do PCP, que estão a decorrer no distrito de Évora, os deputados visitaram o local das obras paradas com João Oliveira a salientar a "situação absurda" de todo o movimento da cidade passar literalmente a meio do Hospital do Espírito Santo, que, de resto, será um dos pontos de visita das jornadas do PCP.
O líder parlamentar lembra que o "hospital, neste momento, funciona em dois edifícios distintos que têm no meio uma avenida urbana da cidade de Évora, mas que na verdade corresponde ao itinerário do atual IP2 enquanto este não é construído".
João Oliveira, acompanhado pelo deputado Bruno Dias, notou que "por ali, na avenida que separa os dois edifícios do hospital passa todo o tipo de mercadorias, todo o tipo de veículos carregados com matérias perigosas" e "também por isso é essencial que este investimento seja retomado e rapidamente concluído".
É, por isso, necessário, diz o líder parlamentar comunista, que se faça uma avaliação", tendo em conta que "as obras de arte que começaram a ser feitas estão praticamente inutilizadas", tudo tem de ser "revisto e reprogramar o trabalho", para além de "ser necessário relançar o investimento e abrir novo concurso" para a conclusão do IP2 .
Ressonância magnética ao mármore já é possível e tem fabrico português
No périplo alentejano destas jornadas do PCP, os deputados comunistas visitaram uma fábrica de metalomecânica no Alandroal. Trata-se da empresa Metalvicosa que está a desenvolver um protótipo que através de tecnologia a três dimensões permite ter a imagem exata do interior de um bloco de mármore.
O projeto ainda não é comercial, nem está patenteado, e faz parte de uma parceria com a Universidade de Évora. No fundo trata-se da possibilidade de criar um certificado ou bilhete de identidade de um bloco de mármore alentejano que não possa ser vendido como sendo de outro país qualquer.
Um dos mentores desta tecnologia é o luso-marroquino Mouhaydine Tlemçani, professor na Universidade de Évora. Trata-se também, segundo este engenheiro de mecatrónica, de uma maneira de combater o desperdício desta pedra optando pelo melhor corte da pedra.
"O fator desperdício é extremamente importante aqui, se tivermos em conta que da extração até à comercialização a taxa de desperdício ultrapassa os 90%, uma taxa mesmo tremenda", resume Tlemçani.
As jornadas parlamentares do PCP arrancaram esta quinta-feira no Teatro Garcia de Resende, em Évora. Sexta-feira será, então a vez da visita ao Hospital Espírito Santo e o encerramento deverá ser marcado pelo habitual anúncio de diversas iniciativas legislativas já tendo em vista a apresentação do Orçamento do Estado, que irá ser entregue no dia 16 deste mês, com os comunistas a manterem o sentido de voto em aberto.