O Codex Sassoon, a mais antiga e completa Bíblia hebraica, será exibido pela primeira vez num museu em Israel, antes de ser leiloado, por um valor que poderá chegar aos 46 milhões de dólares, revelou o Governo israelita.
O leilão será promovido pela Sotheby's e irá realizar-se em meados de maio em Nova Iorque, mas antes o Codex estará exposto, a partir desta quinta-feira, em Tel Aviv.
"O Museu do Povo Judaico em Tel Aviv tem a honra de apresentar exclusivamente em Israel o Codex Sassoon: a mais antiga e completa Bíblia hebraica, numa exposição especial de uma semana antes do seu leilão marcado para 16 de maio", revelou o Governo de Israel, num comunicado citado esta quinta-feira pela agência de notícias espanhola EFE.
De acordo com Sharon Liberman Mintz, consultora para livros e manuscritos hebraicos e judaicos da Sotheby's, citada pela Reuters, trata-se de uma relíquia milenar: "[O livro] foi escrito por volta do ano de 900, ou em Israel, ou na Síria".
A exposição é gratuita e vai decorrer entre os dias 23 a 29 de março, altura em que se poderá ver o texto antigo, escrito em pergaminho de pele de carneiro, que permaneceu durante séculos fora do alcance do grande público.
O Codex Sassoon deve o seu nome ao seu anterior proprietário, David Solomon Sassoon, que adquiriu a bíblia em 1929. Nascido em Bombaim, Índia, e descendente da histórica comunidade judaica de Bagdad, no Iraque, ficou famoso por ter uma das maiores coleções privadas de manuscritos hebraicos e judaicos do século XX.
Segundo a Reuters, a idade desta bíblia apenas foi confirmada recentemente pelo atual proprietário, Jacqui Safra. O empresário helvético-libanês encomendou testes que permitiram confirmar que o Codex Sassoon é mais antigo do que o Codex Aleppo e o Codex Leninegrado, outras das bíblias hebraicas mais antigas, de acordo com a Sotheby's
Composta por 24 livros divididos em três partes - o Pentateuco, os Profetas e os Escritos - a Bíblia hebraica constitui a base do Judaísmo, assim como das outras religiões como o Cristianismo ou o Islão.
O Cristianismo reconhece estes textos como o Antigo Testamento e são incorporados no cânone bíblico por correntes católicas, ortodoxas, protestantes e outras. O Islão considera histórias da Bíblia hebraica, muitas das quais estão incluídas no Alcorão e outras obras significativas da literatura islâmica.