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O calendário dos 90 jogos que restam até ao fim do campeonato será conhecido ainda esta semana e incluirá partidas de segunda a domingo. A garantia é dada pela diretora executiva da Liga Portugal, em entrevista a Bola Branca. Sónia Carneiro revela as datas para o reinício e fim da competição e a cadência de jogos, que em largos períodos ocorrerão todos os dias.
"Teremos futebol de segunda a domingo, exceto em alguns dias de julho em que não será possível. Os adeptos irão 'matar' toda a 'fome' de bola que tiveram durante estes dois meses e meio de confinamento", explica Sónia Carneiro, que revela que o campeonato percorrerá as oito semanas que vão de 4 de junho a 26 de julho.
“Serão oito semanas garantidas de futebol. Oito semanas fantásticas. Estamos a trabalhar com os operadores para otimizar horários e preencher o calendário o mais possível com o número máximo de dias com jogos. Vai haver alturas em que teremos jogos todos os dias. Os clubes estão a fazer um grande esforço nesse sentido e esse trabalho está a ser feito com os departamentos de futebol, para as equipas terem um período de descanso mínimo de três a quatro dias”, enaltece.
Detalhando a forma de preencher o calendário, a diretora executiva da Liga Portugal anuncia poucas exceções para um ritmo diário de jogos:
“É importante o esfoço que está a ser feito pelos operadores, que são uma parte importantíssima do futebol e alimentam grande parte do que os clubes conseguem ter. Os clubes estão conscientes disso e, em colaboração estreita entre os operadores, clubes e Liga, vamos definir um calendário que possa ser agradável para todos e que possa ter futebol praticamente todos os dias nestas oito semanas."
Isso só não será possível na última jornada, "por razões regulamentares", e nas duas primeiras, "porque há algum risco de lesões".
"As duas primeiras jornadas terão um espaçamento de quatro ou cinco dias, mas a partir daí teremos jornadas com jogos que vão ocupar quase todos os dias. Provavelmente, ainda dentro desta semana, será publicado o calendário dos 90 jogos que restam até ao fim do campeonato”, avança.
Estádios ainda por definir
Para a conclusão do calendário dos 90 jogos que restam da Liga, Sónia Carneiro explica que falta a definição do quadro de estádios que irão receber os jogos.
“Acredito que, quando chegarmos ao dia 4 de junho, tudo vai estar pronto. Os 14 estádios que estão a concurso para a realização dos jogos estão a ser vistoriados hoje [esta terça-feira] por cada uma das administrações regionais de saúde. A informação que tenho é que as vistorias estão a correr bem, os planos de contingência dos clubes foram apresentados e, até agora, sem mácula. Admito que amanhã [quarta-feira] ou o mais tardar quinta-feira teremos os relatórios finais e o quadro de estádios definido", projeta.
A diretora executiva da Liga confirma que os estádios de Belenenses SAD e Santa Clara (jogarão na Cidade do Futebol), Famalicão (jogará no estádio do Gil Vicente, em Barcelos) e Moreirense (usará o estádio do vizinho Vitória de Guimarães) foram postos de lado.
Nesta altura, subsistem dúvidas sobre a inclusão dos estádios de Paços de Ferreira, Desportivo das Aves, Rio Ave, Portimonense, Tondela e Vitória de Setúbal. Sónia Carneiro ainda não exclui a possibilidade de qualquer desses recintos acolher os jogos:
“Esses estádios são de nível 2 e 3 e tiveram uma vistoria prévia por uma entidade certificada pela Direção-Geral da Saúde. Todos os demais 14 estádios da Liga estão a ser vistoriados e não há nenhum que, à partida, esteja excluído ou incluído. Acredito que os relatórios estejam prontos entre amanhã [quarta-feira] e quinta-feira, para, a partir daí, podermos definir tudo."
A ameaça de impugnação do campeonato, feita por clubes que possam estar em desacordo com a mudança de estádio, é um tema que não entra na agenda da Liga.
“Sinto um envolvimento muito grande de todos os clubes. O que nos chega diariamente á Liga é uma vontade imensa de todos os clubes de recomeçarem a competição, de colocar o talento dos seus atletas no relvado e esse não é um tema prioritário para nós”, garante Sónia Carneiro.