A Comissão de Ética do Banco de Portugal considera que Mário Centeno cumpriu os deveres gerais de conduta e agiu com a reserva exigível, depois de o governador ter sido proposto pelo atual primeiro-ministro para o substituir no cargo.
“Face ao pedido que foi dirigido ao Governador pelo Primeiro-Ministro na tarde de 7 de novembro, o Governador, no plano subjetivo, agiu com a reserva exigível naquelas concretas circunstâncias, cumprindo os seus deveres gerais de conduta”, lê-se no parecer emitido pela Comissão de Ética do Banco.
“Porém, no plano objetivo, os desenvolvimentos político-mediáticos subsequentes podem trazer danos a imagem do Banco”, acrescenta-se.
A Comissão de Ética do Banco de Portugal lembra que “a defesa da instituição é ainda mais relevante num período como o atual, pelo que a Comissão sublinha a importância dos princípios que enformam os normativos em vigor e recomenda que o Governador, a Administração e o Banco no seu todo continuem empenhados na salvaguarda da imagem e reputação do Banco de Portugal”.
A Comissão de Ética do Banco de Portugal reuniu-se na segunda-feira depois de Mário Centeno ter sido proposto pelo atual primeiro-ministro para o substituir no cargo.
António Costa, que apresentou na terça-feira a demissão, defendeu que o governador do Banco de Portugal e ex-ministro das Finanças, Mário Centeno, deveria suceder-lhe na liderança de um novo executivo, no atual quadro parlamentar, e lamentou que o Presidente da República tenha optado por marcar eleições antecipadas.
Os partidos da oposição criticaram o convite ao Governador do Banco de Portugal e suscitaram dúvidas relativamente à independência de Mário Centeno no cargo.