O secretário-geral da Fenprof disse esta segunda-feira que a adesão à greve de professores no distrito de Lisboa é "superior a 90%", com muitas escolas fechadas, e acusou as autoridades de enviarem inspetores aos estabelecimentos durante a manhã.
"Já recebemos vários telefonemas de diretores preocupados porque a inspeção está a entrar pelas escolas e a pressionar para que haja nem que seja só um professor que não esteja a fazer greve, a escola tem que estar aberta por um, com a insegurança que isso pode significar", descreve o sindicalista Mário Nogueira.
"Isto não é democrático", reforça.
Mário Nogueira falava aos jornalistas numa concentração que está a decorrer no Rossio, em Lisboa. Nogueira fez um balanço do primeiro dia da greve promovida pela Federação Nacional de Professores (Fenprof) e outras sete organizações sindicais, pedindo para que, nos próximos dias, a adesão continue a aumentar.
Centenas de professores de escolas do distrito de Lisboa estavam concentradas pelas 11h00 no Rossio, munidos de cartazes onde a palavra respeito era a mais lida.
A greve de professores por distritos, convocada por uma plataforma de oito organizações sindicais, começou hoje e prolonga-se por 18 dias.
Depois do primeiro dia em Lisboa, a paralisação prossegue em Aveiro, Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Portalegre, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo, Vila Real, Viseu, terminando no Porto no dia 08 de fevereiro.
Esta greve realiza-se ao mesmo tempo em que decorrem outras duas paralisações: uma greve por tempo indeterminado, convocada pelo Sindicato de Todos os Professores (STOP), que se iniciou em 09 de dezembro e vai manter-se, pelo menos, até ao final do mês, e uma greve parcial ao primeiro tempo de aulas convocada pelo Sindicato Independente de Professores e Educação (SIPE), que deverá prolongar-se até fevereiro.
Os professores contestam algumas das propostas apresentadas pelo Ministério da Educação no âmbito da negociação da revisão do regime de mobilidade e recrutamento de pessoal docente, mas reivindicam também soluções para problemas mais antigos, relacionados com a carreira docente, condições de trabalho e salariais.