Monte Branco, Furacão, Portucale, Apito Dourado, Face Oculta, BPN, Remédio Santo, BES, vistos “gold” e, esta sexta-feira, detenção de José Sócrates. Estes são alguns dos casos complexos e mediáticos em que esteve ou está envolvido o juiz Carlos Alexandre.
É desde 2006 o magistrado judicial responsável pelo Tribunal Central de Investigação Criminal e trabalha com o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).
Tem várias alcunhas: “Mourinho da Justiça” , "Garzón português", “Super-Juiz”, “Juiz sem medo”, “Justiceiro” e todas parecem servir a este cidadão que nasceu em Mação há 52 anos.
Carlos Manuel Lopes Alexandre é filho de um carteiro e de uma operária fabril. Estudou na Telescola. Completou a licenciatura na Faculdade de Direito de Lisboa, passou pela Polícia Judiciária Militar, seguiu a carreira da magistratura judicial e esteve em Sintra antes de chegar ao Tribunal Central.
Dizem os que o conhecem que este católico devoto e sportinguista assumido não tem medo e não recua perante pressões e ameaças. A sua casa em Linda-a-Velha já foi assaltada e a mulher atropelada.
São raras as entrevistas ou conversas com a comunicação social e poucas as participações em seminários. Mas, por outro lado, algumas das diligências em processos por si tutelados chegam à comunicação social antes de chegarem aos arguidos. Foi o que voltou a acontecer na noite desta sexta-feira, com a SIC a saber previamente que Sócrates iria ser detido e a acompanhar a operação.
Há uns anos participou no blogue do amigo António Colaço, um antigo assessor do PS. Lá escreveu, entre outras coisas: “Comigo a verdade falará sempre mais alto".