Hugo Vieira é um dos três portugueses que vivem atualmente na ilha de Rodes, na Grécia, e tem acompanhado a evolução dos incêndios que têm assolado o país. À Renascença, adianta que os reacendimentos estão a complicar o combate às chamas.
Às primeiras horas desta terça-feira, o fogo parecia dar sinais de abrandamento, mas a situação é instável e está a forçar as autoridades a recomendar cautela à sociedade civil.
“Os ressurgimentos têm sido de tal maneira grandes que estamos na expectativa", diz Hugo, que acredita ser essa a razão que impede as autoridades de assumirem o controlo dos incêndios.
O português reside naquela ilha há dois anos e descreve o sentimento de angústia que se vive por lá. Entre os habitantes o tema de conversa é inevitável e começam a surgir preocupações com o estado da floresta virgem grega, e com espécies de animais nativas da região, como os veados típicos de Rodes.
“Existem muito mais questões do que respostas. Existe muita angústia, muita tristeza sobretudo para sabermos - porque não sabemos ainda, porque não há acesso a essa área -, o que é que terá acontecido à enorme floresta virgem, uma das mais antigas e mais belas de toda a Europa, e aos animais”, lamenta.
Para o português, as autoridades gregas têm sido incansáveis no combate às chamas e a população local está envolvida de forma muito intensa. Ainda assim, nota que não é visível um método de combate às frentes ativas, que considera expectável tendo em conta a violência do fogo.
“São ambientes muito caóticos, sobretudo para a população civil e para os milhares de turistas que estão aqui. Tentar ter algum método é difícil, mas no final conseguimos manter as pessoas a salvo”, remata.