O Presidente russo, Vladimir Putin, classificou esta segunda-feira como um "crime desprezível" o assassínio da filha de um ideólogo que apoiava a ofensiva na Ucrânia, numa explosão do carro perto de Moscovo, que o Kremlin atribui a Kiev.
"Um crime desprezível e cruel acabou prematuramente com a vida de Daria Dugina, uma pessoa brilhante e talentosa com um coração verdadeiramente russo", disse Putin numa mensagem de condolências divulgada pelo Kremlin aos familiares da jovem assassinada no sábado.
Jornalista e cientista política nascida em 1992, Dugina era filha de Alexander Dugin, um ideólogo e escritor ultranacionalista que promove uma doutrina expansionista e que se apresenta como feroz defensor da ofensiva russa na Ucrânia.
"O assassínio foi preparado e cometido por serviços especiais ucranianos", disse o FSB, a principal agência de informações da Rússia, num comunicado citado por agências russas.
Segundo as agências de informação russas, o carro conduzido por Daria Dugina foi alvo de um ataque de uma mulher de nacionalidade ucraniana, nascida em 1979, identificada pelo FSB como Natalya Vovk, que chegou à Rússia em julho com a filha menor, nascida em 2010.
Os serviços de informações dizem que Vovk, alugou um apartamento no prédio onde Dugina morava e a seguiu, acrescentando que tinha estado mesmo num festival em que a vítima e a sua filha tinham comparecido, antes do assassínio.
A Ucrânia já negou qualquer envolvimento no assassínio, havendo outra versão que aponta responsabilidades a um grupo russo anti-Putin, o Exército Nacional Republicano.
Daria Dugina morreu na explosão do carro que conduzia na região de Moscovo, no sábado à noite, e as autoridades russas anunciaram de imediato a suspeita de um atentado que poderia ter como alvo Alexander Dugin.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas de suas casas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de seis milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que está a responder com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca à energia e ao desporto.