O protesto que tem sido praticamente diário, em frente da Saint-Gobain Sekurit Portugal, e esta quinta-feira contou mesmo com a presença da secretária-geral da UGT.
Os trabalhadores manifestam-se contra o “despedimento coletivo” de 130 trabalhadores da unidade de Santa Iria da Azoia e, indiretamente, de cerca 70 que trabalham em empresas subcontratadas.
Pedro Milheiro, da Comissão de Trabalhadores, conta que estão ali pela “salvaguarda de todos os postos de trabalho” e pelo “retomar, o quanto antes, da produção e transformação do vidro automóvel em Portugal”.
“Nós reclamamos aqui, todos os dias à porta, às 9h30 da manhã, para alertar a opinião pública do nosso problema, do drama de cerca de 200 famílias em mais este crime económico-social que a multinacional Saint-Gobain quer fazer aqui, em Portugal, na unidade de Santa Iria da Azoia”, acrescenta.
O sindicalista pede e exige a intervenção do Governo a fim de “se encontrar soluções” para que sejam salvaguardados os postos de trabalho.
A fabricante de vidros para automóveis de Santa Iria da Azoia, que anunciou no passado dia 24 de agosto a decisão de encerramento da atividade produtiva e o consequente despedimento coletivo dos 130 trabalhadores, comunicou que propôs indemnizar os 130 trabalhadores abrangidos pelo despedimento coletivo em curso, com um valor “superior em 50% ao valor previsto na lei”.
Além desta compensação monetária, a empresa comprometeu-se ainda em “contratar uma empresa especializada em recolocações para apoiar os trabalhadores a encontrarem um novo emprego no mercado de trabalho, bem como a conseguir colocar alguns trabalhadores noutras empresas Saint-Gobain em Portugal”.
Um dia antes, a primeira reunião de negociação, conforme o prevê o Código do Trabalho em situações de despedimento coletivo, participaram um representante da Direção-Geral do Emprego e Relações de Trabalho (DGERT) e representantes dos trabalhadores e da empresa, terminou sem que se chegasse a um acordo.
Na ocasião, os representantes dos trabalhadores transmitiram que “se opõem a esta intensão de despedimento coletivo”, ao que a empresa contrapôs que tinha tido “prejuízos acumulados nos últimos três anos de cerca de 8,5 milhões de euros”.
Uma nova ronda negocial está prevista para o dia 8 de setembro.
Em Portugal, o grupo Saint-Gobain emprega cerca de 800 colaboradores, distribuídos por 11 empresas e oito fábricas, tendo um volume de faturação de 180 milhões de euros.