A Nova Zelândia pretende criar a primeira geração inteiramente livre de tabaco.
Segundo planos revelados esta quinta-feira pela imprensa neozelandesa, a ideia passa por ir aumentando gradualmente a idade mínima para comprar cigarros, e que atualmente se encontra nos 18 anos, até proibir completamente a venda a novas gerações.
Assim, quem tem 14 anos ou menos agora nunca poderá comprar cigarros legalmente na Nova Zelândia, caso o projeto se torne lei, como é esperado que aconteça.
A percentagem de fumadores tem descido de forma consistente ao longo dos últimos anos, mas de forma desigual entre neozelandeses de origem europeia e indígenas. Os indígenas continuam a consumir tabaco a ritmos muito superiores aos europeus, o que levou o Governo a querer tomar esta medida, explica a ministra da Saúde Ayesha Verrall.
“Se nada for feito levará décadas até que as taxas de tabagismo entre os Maoris caiam abaixo dos 5%”, admite, em declarações reproduzidas pelo jornali britânico "The Guardian", acrescentando que os indígenas são a verdadeira razão de ser do projeto de lei, que pretende ainda obrigar à diminuição dos níveis de nicotina nos cigarros.
Críticos da medida dizem que esta apenas criará um vazio a preencher por contrabandistas, um risco que o Governo admite existir, e apontam também para o facto de a lei não prever limitar de alguma forma o uso de substitutos de tabaco, como Vapes, que muitas vezes têm maiores taxas de nicotina que os cigarros.
Caso a lei seja implementada a Nova Zelândia passará a ter a legislação mais restritiva para o uso de tabaco no mundo, a seguir ao Butão, onde os produtos de tabaco são simplesmente proibidos.