A Superliga Europeia será, convém já esclarecer, uma competição (muito) elitista, sendo intenção dos seus mentores criar um núcleo de 15 grandes clubes fundadores, para os quais ficaria desde logo reservada a modesta quantia de 35 milhões de euros para entrar na prova.
A Superliga Europeia tem como primeiro objetivo tornar mais ricos os clubes já anormalmente abastados e, não menos importante, criar um fosso impossível de destruir por outros de menor dimensão.
A imprensa britânica avançava ontem nomes, destacando-se seis da Inglaterra, três de Espanha, três da Itália, dois da Alemanha e um da França. Olhando para este quadro, nem sequer é difícil acrescentar os nomes dos clubes que estarão incluídos no lote dos eleitos.
Os direitos televisivos e os patrocínios constituir-se-iam como as principais fontes de receita desta super competição.
Ameaçadas nas suas hegemonias, tanto a FIFA como a UEFA saíram de imediato a terreiro, avisando que serão vetados todos os jogadores que venham a tomar parte na Superliga Europeia, impedindo-os assim de participar noutras competições por ambas organizadas.
Estamos, pois, perante um cenário que promete muita polémica e fartas discussões.
O inevitável braço de ferro que daqui vai resultar será, sem dúvida, um dos temas mais palpitantes dos próximos tempos.
É verdade que a pandemia é, neste tempo, o grande motivo das nossas preocupações.
E, talvez por isso, o assunto da Superliga acabe por ficar um pouco na penumbra por agora.
Mas não será enterrado definitivamente, porque os milhões vão continuar a falar mais alto.