O Fórum para a Competitividade está muito preocupado com a possibilidade de um Governo apoiado pelo Bloco de Esquerda e pelo Partido Comunista.
“Há, como é óbvio, uma grande preocupação com a possibilidade de haver um Governo que venha a ser apoiado pelo Partido Comunista e pelo Bloco de Esquerda”, afirma Pedro Ferraz da Costa, o presidente desta associação que reúne algumas das maiores empresas privadas do país.
O responsável diz que há “variadíssimas razões importantes e que têm a ver com a diferença entre o que tem sido, nos últimos 40 anos, as posições do Partido Socialista e dos outros dois partidos”.
Pedro Ferraz da Costa considera que, em matéria de política económica, um Governo do PS com apoio parlamentar mais à esquerda não cria boas expectativas aos empresários.
“Em matéria de política económica, há determinados aspectos que devem ser preservados, nomeadamente as decisões económicas serem tomadas de acordo com critérios de mercado, serem as empresas mais competitivas que mais se desenvolvem, várias coisas que não propriamente aquelas que nós temos ouvido falar nas últimas horas”, adverte o presidente do Fórum para a Competitividade.
O aumento do salário mínimo nacional, de 505 para 600 euros, é uma das questões defendidas durante a campanha pelo Bloco e PCP e que está a alarmar os empresários.
“Os salários devem reflectir a produtividade e o mérito e não um decreto governamental a fazer um aumento do salário mínimo que nos parece completamente despropositado na sua dimensão”, defende Pedro Ferraz da Costa.
Desde que começaram as negociações para a formação de um Governo de esquerda, “não houve uma palavra sobre as empresas, o esforço que elas fizeram, os empregos que elas criaram, o aumento das exportações”, sublinha o presidente do Fórum para a Competitividade.