Ainda este ano, vão estar disponíveis nas farmácias os medicamentos vendidos exclusivamente nos hospitais.
Como vai funcionar este sistema?
Basicamente, será o doente a escolher onde vai poder recolher o medicamento. Ou desloca-se ao hospital - onde está a ser acompanhado ou numa unidade hospitalar mais próxima de casa. Ou, então, pode deslocar-se a uma farmácia e ali recolher o medicamento.
Com toda a segurança para os doentes?
Sim, com toda a segurança garantida. Vai até ser criado um sistema informático que vai permitir acompanhar e monitorizar todo o circuito.
E qual é o objetivo?
É tornar estes medicamentos mais acessíveis e reduzir o transtorno para o doente, que evita, desta forma, ter de viajar vários quilómetros para ter o fármaco. É preciso lembrar que muitas vezes os doentes são acompanhados em hospitais muito longe de casa.
Mas todos os medicamentos?
Apenas alguns - estão em causa, medicamentos para tratamento de cancro, doenças autoimunes, VIH/SIDA ou medicamentos prescritos para doentes transplantados, os chamados imunossupressores.
Este novo sistema abrange todos os doentes?
Nem todos, porque, de acordo com o que disse à Renascença a presidente da Associação Nacional de Farmácias, só são elegíveis para este modelo os doentes que só têm de se deslocar ao hospital precisamente para efeitos de dispensa do medicamento hospitalar. Portanto, será o próprio médico a confirmar que determinada pessoa cumpre os critérios para ter a dispensa dos medicamentos nas farmácias comunitárias. Depois, cabe ao próprio doente a escolher: continuar a receber a sua medicação através de dispensa hospitalar ou através das farmácias comunitárias. Neste último caso, poderá seleccionar aquela que entende que é a mais apropriada para este serviço.
E no caso de doenças como, por exemplo, o VIH/SIDA está garantido o sigilo?
Todas farmácias em Portugal, e de acordo com a lei, já estão sujeitas ao sigilo. Além disso, muitas farmácias têm um gabinete de atendimento personalizado que poderá ser utilizado para atender doentes que exijam uma maior confidencialidade no processo.
Quando é que o modelo estará a funcionar?
Ao que a Renascença apurou, a medida deverá entrar em vigor no último trimestre do ano. Deverá haver uma entrada progressiva de pessoas no processo. Em 2024, a Associação Nacional de Farmácias espera que o modelo abranja o universo total de pessoas que cumprem os critérios e que escolheram recolher os medicamentos mais próximo de casa.