Depois do primeiro-ministro, António Costa, há mais uma voz desagradada com o livro do ex-governador do Banco de Portugal Carlos Costa.
Francisco Louçã, antigo líder do Bloco de Esquerda, disse hoje na sua página da rede social Facebook que a referência que é lhe é feita no livro “O Governador” “é mentira”.
“Para já, limito-me a agradecer a referência que me faz, só que é mentira: diz ele, na página 377, como prova das pressões que teria sofrido, que "a questão chegou ao ponto de o Ministério das Finanças constituir um grupo de trabalho sobre a problemática das finanças públicas, para o qual convidou Francisco Louçã", que trataria de dividendos do banco e gestão da dívida e suas maturidades”, escreve o economista.
Francisco Louçã promete analisar “com detalhe” o livro do jornalista Luís Rosa sobre Carlos Costa, a partir de entrevistas com o ex-governador.
Louçã lamenta que o que está escrito na publicação “seja falso”, argumentando que “não conheço nem participei em nenhum grupo de trabalho criado pelo Ministério das Finanças nesse âmbito”.
O professor do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa esclarece que “participei, isso sim, num grupo criado pelo acordo entre o PS e o Bloco, que, como foi público, incluiu vários economistas e também membros do governo”.
Esse grupo acabou por apresentar “um relatório no parlamento sobre cenários da dívida pública”, clarifica.
Já esta quarta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, acusou o ex-governador do Banco de Portugal de "montar uma operação política de ataque" ao seu caráter, à sua honra e à sua honorabilidade.
Para António Costa, Carlos Costa escreveu um livro que mais não é do que “um conjunto de mentiras, de meias-verdades e deturpações”.
O ex-governador do Banco de Portugal, apresentou, na terça-feira, “O Governador”, onde relata o percurso dos seus mandatos à frente do supervisor, com destaque para ocorrências de “intromissão política”.