O Presidente dos EUA e até agora candidato dos democratas à eleição de novembro nos EUA, Joe Biden, anunciou este domingo, na rede social X, a desistência da corrida presidencial na qual enfrentava o republicano e ex-presidente, Donald Trump.
Numa carta aberta aos norte-americanos, na rede social X, Biden, de 81 anos, diz que apesar de ser sua "intenção alcançar a reeleição" é do "melhor interesse do meu partido e do país que eu saia e me concentre apenas nos meus deveres presidenciais até ao fim do mandato".
Num segundo tweet na mesma rede social, minutos depois, Biden diz que apoia a sua vice-presidente, Kamala Harris, para ser a candidata democrata às próximas eleições.
"Uma das minhas primeiras decisões em 2020 como candidato foi a de escolher Kamala Harris como vice-presidente. Foi a melhor escolha que fiz. Hoje quero oferecer o meu total apoio a Kamala Harris para ser a nomeada do nosso partido este ano".
E deixa um repto: "Democratas é tempo de estarmos unidos e derrotar Trump. Vamos a isso", escreve.
"A maior honra"
Joe Biden acrescenta que mais tarde irá falar ao país sobre esta decisão que agora se efetiva, depois de nos últimos dias a pressão para sair da corrida presidencial se ter reforçado com várias figuras importantes do Partido Democrata a pedirem publicamente a retirada da candidatura.
Isto depois de nas passadas semanas, ter repetido em várias situações que apesar das críticas em relação a idade e ao estado de saúde continuaria a ser o candidato democrata.
Na mesma mensagem, o atual Presidente norte-americano agradece profundamente "a todos os que trabalharam para o ver reeleito". "Quero agradecer à vice-presidente Kamala Harris por ter sido uma extraordinária companheira em todo este processo", refere. O mesmo estende logo de seguida esses agradecimentos ao povo americano por toda a "fé e confiança" que depositou nele.
Fica agora a dúvida se será Kamala Harris a tomar o lugar de Biden como candidata democrata para enfrentar Trump em Novembro, ou se a escolha será outra na convenção dos democratas que se realizara de 19 a 22 de agosto.
No início da mesma carta aos norte-americanos, em que anuncia retirada da corrida presidencial, Biden começa por fazer um resumo dos anos como presidente, em que considera que os EUA "fizeram grandes progressos como nação".
"Hoje a América tem mais robusta economia do mundo. Fizemos investimentos históricos na reconstrução da nossa nação", descreve o democrata.
Trump já reagiu e fala de conspiração
Biden enfatiza as conquistas na área da saúde com a redução do preço dos medicamentos e no alargamento acesso a cuidados hospitalares.
Na área dos direitos civis, Biden disse ter conseguido fazer passar a primeira lei de restrição de uso de armas em 30 anos e de ter contribuído para que a primeira afroamericana tenha chegado ao Supremo Tribunal. Também no ambiente, o Presidente disse ter feito conquistas com a aprovação de "legislação importante".
E remata: "A América nunca esteve em melhor posição do que agora para liderar".
Entretanto, Donald Trump, numa publicação nas redes sociais, disse que Biden “não estava apto para concorrer à presidência e certamente não está apto para servir – e nunca esteve!”
Aludiu a uma conspiração do “seu médico e dos media” para esconder a condição física e mental de Biden, acrescentando: “Sofreremos muito por causa da sua presidência, mas remediaremos os danos que ele causou muito rapidamente”.
O NY Times avança também que o Partido Republicano não ficará parado e está mesmo já a preparar um grande plano para atacar a vice-presidente Kamala Harris. Fonte da campanha de Trump disse que irá promover uma vaga de anúncios focados no histórico do atual cargo de vice-presidente e de procuradora-geral da Califórnia.