A chuva e o vento vão manter-se durante a tarde desta sexta-feira.
Depois de duas pessoas terem ficado desalojadas em Silves, na quinta-feira, na sequência de um episódio de vento extremo que destruiu duas casas pré-fabricadas, hoje as ocorrências são de menor gravidade, adianta o comandante José Costa, da Autoridade de Proteção Civil. Até ao meio dia registaram-se perto de 60 ocorrências, sobretudo "queda de árvores e limpeza de vias", explica.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera prevê uma ligeira melhoria mas, ainda assim, é preciso precaução, como o indica a meteorologista Ângela Lourenço que, à Renascença, confirma a "continuação da ocorrência de precipitação em regime de aguaceiros".
Estes "podem ser ocasionalmente de granizo e acompanhados de trovoada". A queda de neve também está prevista para locais acima dos mil metros.
"O vento vai soprar mais fraco do que nos últimos dias", admite Ângela Lourenço, que adianta, igualmente, que a "agitação marítima forte na costa ocidental" também vai continuar.
Tudo efeitos da depressão Nélson, que está a provocar muita chuva, vento, queda de neve e agitação marítima, condições que devem manter-se até domingo.
Mais de 700 ocorrências já registadas
A Proteção Civil registou, entre as 00h00 de quinta-feira e as 12h00 de hoje, 716 ocorrências devido ao mau tempo, tendo a maioria ocorrido nas regiões da Grande Lisboa e Algarve.
O comandante de serviço na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), José Costa, disse à Lusa que a situação mais complicada ocorreu na quinta-feira à tarde e, entre as 00h00 e as 12h00 de hoje, registaram-se 58 das 716 ocorrências.
Segundo Jorge Costa, a maioria das ocorrências esteve relacionada com quedas de árvore (304), inundações (157), queda de estruturas (137) e limpeza de vias (92).
O comandante indicou também que as zonas mais afetados pelo mau tempo foram a Grande Lisboa, onde ocorreram 225 ocorrências, seguido do Algarve (72) e Lezíria do Tejo (50).
Segundo a Proteção Civil, na quinta-feira registaram-se no país dois fenómenos extremos de vento, na bacia do Tejo, que afetou os concelhos do Montijo (Setúbal), Moita (Setúbal) e gerando precipitação na margem norte do Tejo, na zona de Lisboa e Silves (Faro).
O fenómeno que ocorreu na bacia do Tejo está a ser analisado pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) pois poderá configurar do ponto de vista técnico um tornado, de acordo com a ANEPC.
Na quinta-feira, o meteorologista Alessandro Marraccini afirmou à Lusa que "por volta das 14h00, uma célula convectiva que fazia parte do sistema frontal que atravessou a costa portuguesa durante a tarde, apresentava uma atividade bastante vigorosa e atravessou a região sul de Lisboa", acrescentando que o IPMA começou de imediato a receber relatos do fenómeno meteorológico.
Já no final do dia de quinta-feira, pelas 18h20, o concelho de Silves, distrito de Faro, foi afetado por outro fenómeno extremo de vento, que causou "queda de árvores de grande porte, veículos afetados e telhados de habitações afetadas", segundo a ANEPC.
A tempestade Nelson está a afetar o estado do tempo em Portugal continental, onde até ao domingo de Páscoa, a precipitação será uma constante, segundo o IPMA.
O comandante de serviço na ANEPC disse ainda à Lusa que para hoje as previsões meteorológicas apontam para queda de neve e agitação marítima nas regiões do Norte e Centro, não estando previsto chuva forte.
[Notícia atualizada às 16h41 de 29 de março de 2024]
