A Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) diz que o excesso de peso nas mochilas escolares evidencia “a necessidade de repensar toda a forma de trabalhar” nas escolas.
O presidente da Confap, Jorge Ascensão, lembra, em declarações à Renascença, que “está provado cientificamente que tanto peso traz problemas à postura das crianças e adolescentes”.
O responsável considera que a forma como estão organizados, por exemplo, os trabalhos para casa deveria permitir “deixar manuais nas escolas”. Defende ainda que as escolas devem ter "espaços próprios onde as crianças pudessem deixar grande parte dos seus materiais e manuais”.
A Confap defende ainda “uma revisão de programas e da organização do ano lectivo que não fosse tão denso e tão intenso diariamente”. “Temos que conjugar um conjunto de medidas que possam contribuir para melhorar toda esta situação”, afirma Jorge Ascensão.
A Confap é uma das signatárias originais da petição “Contra o peso excessivo das mochilas escolares”, que reuniu, em apenas três semanas, cerca de 15 mil assinaturas. Os promotores querem chegar às 20 mil para obrigar os deputados a legislar sobre o assunto.
“Muitas mochilas estão a pesar muito próximo de 10 quilos, quando uma criança que pese 30 ou 40 quilos tem de andar, em dias mais completos de aulas, com cadernos e manuais, e por vezes com duas mochilas, porque é preciso levar a mochila da ginástica”, descreve Jorge Ascensão.
“A grande questão será o preço a pagar mais tarde” relativamente à saúde das crianças, remata.