O ministro do Ambiente e da Transição Energética acredita que todos os trabalhadores da Central do Pego, que encerra esta terça-feira, "estarão empregados num ano".
À Renascença, João Matos Fernandes diz que o Governo vai "pagar todos os salários de quem aceitar o projeto de requalificação profissional" e que há outras oportunidades de emprego.
"Sei de uma empresa da região que está a precisar de 100 trabalhadores", exemplifica.
Sobre o encerramento da Central do Pego, o governante diz que é um duplo bom negócio. "A central custava 100 milhões de euros a todos os portugueses. Agora, os custos que prevemos é de 3 milhões de euros ano. 3% do que os portugueses pagam hoje."
"E tem outro ganho público. Se não conseguirmos formar pessoas no prazo de seis meses e um ano, estaremos a inibir que projetos industriais aí se localizem. Não podemos perder esses projetos industriais", defende.
A Trust Energy, principal acionista da Tejo Energia, “não desistiu do projeto” de reconversão apresentado ao Governo para a central do Pego, em Abrantes, que deixou de produzir a partir do carvão.
O projeto, apresentado em julho, passa por reconverter a central a carvão do Pego num Centro Renovável de Produção de Energia Verde, projeto que, de forma faseada, implicaria um investimento de 900 milhões de euros, anunciou à Lusa a empresa, em maio passado.
A Central Termoelétrica do Pego é o maior centro produtor nacional de energia, com uma potência instalada de 628 megawatts (MW) na central a carvão, e de 800 MW na central a gás, que prosseguirá em atividade, com contrato válido até 2035.
Apesar de renovada tecnologicamente há poucos anos para ser menos poluente, e mesmo com a subida galopante dos preços da energia (no mercado ibérico subiu, em menos de um ano, de 30 euros por MWh para 281 euros), o Governo manteve a sua decisão política de encerrar a central a carvão, abrindo um concurso público, que está a decorrer até 17 de janeiro, para a atribuição do ponto de ligação à rede elétrica.