As ruas ao redor do icónico Madison Square Garden, na tradicionalmente democrata Nova Iorque, são este domingo pequenas para os milhares de apoiantes do republicano Donald Trump, que viajaram de todo o país para se oporem à "Kamala comunista".
Nem as baixas temperaturas que se registaram hoje em Nova Iorque afastaram os possíveis eleitores do ex-Presidente e candidato republicano à Casa Branca, que desde cedo fizeram fila à volta da histórica arena nova-iorquina para conseguir o melhor lugar para ver Trump.
"Sou um veterano, estive na Marinha durante a Guerra Fria, a combater o comunismo, e não queremos isso cá. Não queremos a Kamala comunista", disse à Lusa John, um apoiante de Trump, referindo-se à vice-presidente e candidata democrata, Kamala Harris.
"Claro que Kamala é comunista, ao contrário de Donald Trump, que é um patriota, que ama a América. O país está a ir pela ladeira abaixo com este Governo", afirmou Nestor, um outro apoiante do ex-Presidente que aguardava na longa fila para entrar no Madison Square Garden.
Nestor contou à Lusa que nasceu na Argentina e deixou o país num barco, rumo aos Estados Unidos, quando ainda era criança. Hoje, com 78 anos, mostra-se contra a imigração ilegal.
"Temos todos estes imigrantes ilegais a entrar no país, assassinos, criminosos vindos da Venezuela", indicou, repetindo todas as alegações que Donald Trump vem fazendo ao longo da sua campanha eleitoral.
Nestor e John, ambos ex-militares, acreditam que Trump "acabará com as guerras no mundo" e "irá restaurar a paz".
"Queremos o Trump Presidente, queremos Trump Presidente", gritavam dezenas de pessoas enquanto esperavam nas filas, controladas por uma forte presença policial.
Entre os apoiantes de Trump encontrava-se uma luso-americana que não se quis identificar "por questões profissionais", mas contou que viajou do estado de Connecticut para apoiar o magnata republicano e assegurou que votará nele no próximo dia 05 de novembro.
"Vou votar em Trump porque já sei o tipo de pessoa que ele é. Sabemos que a economia estava melhor sob a Presidência dele e o mundo também não estava em guerra", disse a portuguesa.
"Também sabemos que a Kamala Harris será uma continuidade do atual Governo e muita gente não quer isso. Lançaram agora uma série de ataques políticos contra Trump, para o tentarem travar, mas, se tudo isso fosse verdade, já teriam feito algo nos últimos anos, não só agora", criticou.
A luso-americana espera ainda que a comunidade portuguesa a viver nos Estados Unidos, que "sempre trabalhou duro e se esforçou para se legalizar", consiga "ver tudo o que tem em comum com Trump" e vote no magnata.
Entre a multidão estavam pessoas que viajaram de estados como Rhode Island, Nova Jérsia ou Massachusetts.
Várias ruas estão fechadas ao redor do Madison Square Garden, o trânsito está condicionado e uma grande operação de segurança foi montada na cidade para receber Donald Trump e os seus apoiantes.
Trump escolheu Nova Iorque - a sua cidade natal - para fazer um dos seus grandes comícios antes da eleição, apesar de esta ser uma cidade de maioria democrata.
A nível estadual, todas as sondagens dão a Kamala Harris a vitória na cidade.
O último candidato presidencial republicano que conseguiu vencer em Nova Iorque foi Ronald Reagan, em 1984.