Pelo menos oito pessoas foram detidas este sábado em Hong Kong por suspeita de perturbação da ordem pública, na véspera de se assinalarem os 34 anos do massacre de Tiananmen, em Pequim.
Em comunicado, a polícia de Hong Kong explica que as detenções estão relacionadas com tentativas de insubordinação e perturbação da ordem em espaços públicos.
As forças de segurança de Hong Kong anunciaram na sexta-feira que iriam destacar cinco mil agentes para reforçar, no domingo, a segurança e impedir concentrações não autorizadas durante o 34.º aniversário do massacre de Tiananmen.
A vigilância vai ser reforçada em torno do parque Victoria, em Causeway Bay, onde em anos anteriores foram realizadas vigílias em memória das vítimas, indicou o jornal South China Morning Post.
Além de Macau, Hong Kong era o único local na China onde era tolerada a realização destas vigílias, mas nos últimos três anos as autoridades locais proibiram qualquer tipo de evento devido às medidas de segurança sanitária por causa da pandemia de covid-19.
Este ano, muitos manifestantes deverão assinalar a data em eventos privados, escreve a agência Associated Press, com receio de que as autoridades considerem as vigílias atos de subversão.
No ano passado, o governo decidiu encerrar algumas áreas do parque Victoria, dias antes da data, na sequência da detenção de um homem que ameaçou atacar agentes da polícia na Internet.
Este ano, uma parte do parque está encerrada para obras de renovação até ao final deste mês, mas no mesmo espaço vai decorrer, entre sábado e segunda-feira, um festival organizado por 26 federações pró-Pequim.
O evento foi convocado, avançou o jornal Ming Pao, pela Federação das Organizações Comunitárias de Hong Kong Guangdong (FHKGCO), uma organização de beneficência, fundada em 1996, cuja missão é "perseverar o amor pelo país, por Hong Kong e pela pátria".