Depois de ano e meio de pandemia, o Festival Internacional de Marionetas do Porto (FIMP) decidiu programar “mais oferta para os mais novos, do que o habitual”. Quem o confirma é Igor Gandra.
O diretor artístico do FIMP admite que “as crianças foram as mais prejudicadas” com os constrangimentos da pandemia e, por isso, quiseram “compensar” com espetáculos.
No cartaz do festival, que arranca esta sexta-feira e decorre até 25 de outubro, estão programados 21 espetáculos, 12 deles criações nacionais e nove internacionais.
Segundo Igor Gandra, este ano o FIMP dá seguimento ao ciclo iniciado em 2020, dedicado ao tema “Ciências e Políticas da Matéria Animada”, e tem como subtema “Perpétuos Efémeros”.
“Neste conjunto de espetáculos, concertos, performances que temos para oferecer, esta ideia de tempo, de vivência e experiência acaba por estar presente em quase todos” os espetáculos agendados, indica o diretor artístico em entrevista à Renascença.
Na programação nacional, Igor Gandra destaca “o Teatro de Marionetas do Porto, que apresenta ‘O Julgamento de Ubu’ com o Teatro Nacional de São João; também a Alma D’Arame com ‘O que o Mundo Precisa é de uma Deusa’; e o Teatro de Ferro, com ‘A Revolta dos Objetos - Uma Conferência Animada’”.
Para os mais novos, Igor Gandra explica que vão poder ver “Qubim”, da companhia Tropa Fandanga, no dia 16, às 11h00s e às 16h00, mas há também a presença das tradicionais marionetas portuguesas, “os bonecos de Santo Aleixo pelas mãos experientes do CENDREV, e também o Teatro de Robertos, inscritos no inventário do Património Imaterial” que atuam no Jardim da Cordoaria, no Porto.
No plano internacional, o FIMP abre com a estreia internacional do espetáculo “Le Pas Grand Chose”, do artista francês Johann Le Guillerm, que atua pela primeira vez em Portugal. Será um espetáculo legendado que se interroga sobre “E se recomeçássemos do zero?”. A presença deste artista, que atuará no Teatro Rivoli, é vista pela organização “com grande alegria”, explica Gandra.
“É um espetáculo de um artista que vem do novo circo mais experimental. É uma conferência onde o artista propõe um conjunto de teorias científicas, mas que têm uma dimensão muito mirabolante. É uma peça maravilhosa e tem um sentido de humor super inteligente”, aponta o diretor artístico.
Outro dos destaques vai para o espetáculo, em estreia nacional, “Big Bears Cry Too”, da artista belga Miet Warlop, sobe ao palco a partir de dia 23, no Teatro Carlos Alberto. “É a primeira criação desta artista para o público mais jovem”, indica Igor Gandra, que destaca ainda outro espetáculo: “Violences”, da francesa Léa Drouet, dia 21, no Campo Alegre. “É uma peça que revisita duas histórias reais. São duas histórias que nos fazem viajar no tempo, até à II Guerra Mundial”, explica Gandra.
Para os mais novos, na programação há também cinema com música. O Coliseu do Porto AGEAS recebe o FIMP com os Concertos Promenade 2.0 | Cinderela e outras histórias, no domingo às 11h00. O pianista Filipe Raposo vai acompanhar os filmes de Lotte Reiniger, uma pioneira do cinema de animação que são ainda pouco conhecidos do público português.