PS não se deve comprometer demais na negociação do Orçamento
16-07-2024 - 10:05
 • João Carlos Malta , André Rodrigues

O comentador da Renascença diz que não deverá haver dificuldades de entendimento entre PS e PSD porque “em todas às áreas pode haver entendimento".

O economista João Duque defende que o PS não se deve comprometer muito na negociação para o próximo Orçamento de Estado para 2025, sob pena de “ficar refém desta disponibilidade”.

O comentador da Renascença analisava a recente disponibilidade do partido para negociações com o Governo a fim de debater as medidas do documento orçamental, e para as quais o secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos, foi mandatado pela Comissão Política do PS.

Para as conversas entre PS e AD, segundo João Duque haverá a curiosidade de perceber “se o PS vai querer comprometer-se demasiado com o Orçamento.”

“Ao exigir muito da AD para incorporar no Orçamento ideias e medidas suas, vai levar a que fique corresponsável dos resultados”, alerta.

Duque pensa que uma abstenção “sem grande negociação e colocando linhas absolutamente vermelhas” daria mais margem política aos socialistas. Se não optarem por esta solução pode “ficar refém desta disponibilidade”.

Em relação à mudança de posição do PS em relação ao OE para 2025, o comentador da Renascença considera que “o tempo faz evoluir as ideias e as pessoas”. “O tempo faz mudar a forma de ver a política”, acrescenta.

O economista explica esta mudança com a evolução que houve na situação política em Portugal nos últimos meses, mais concretamente com os resultados registados nas Europeias.

“Deu descontração ao PS e deu-lhe folga. Não há tanto risco de aceitar e negociar o Orçamento do Estado próximo sem que isso traga um crescimento do Chega, que era o temor do PS”, sublinha João Duque.

O mesmo considera ainda que não deverá haver dificuldades de entendimento entre PS e PSD porque “em todas às áreas pode haver entendimento”, uma vez que o que ambos os partidos “querem para a sociedade portuguesa é muito parecido”.