Arthur Cabral está hoje muito mais "confiante", após o golo que apurou o Benfica para a Liga Europa, e pode "ser Jardel".
O avançado brasileiro foi determinante na vitória (3-1) em Salzburgo, na última jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões - de que o Benfica estava já eliminado -, e pode, agora, partir para uma melhor fase da carreira na Luz.
Quem o expressa, em entrevista a Bola Branca, é o seu antigo treinador, Gilmar Dal Pozzo, no Ceará - a rampa de lançamento de Arthur Cabral no futebol brasileiro. E isto em vésperas de um regresso ao campeonato que poderá ditar a titularidade do ponta de lança em Braga. Para trás, já terá ficado o gesto contra os adeptos encarnados e a pressão que estaria a sentir pelos 20 milhões de euros pagos pelo Benfica à Fiorentina para contar com os seus serviços.
"Nem desespero, nem euforia"
Todavia, também segundo Gilmar Dal Pozzo, Arthur Cabral tem ainda de crescer na Luz.
"Fui eu que o lancei no Ceará, um jovem promissor… e isso confirmou-se. Tem ainda algo para melhorar e contribuir para o Benfica. Fiquei feliz por ele ter pedido desculpa aos adeptos, porque é um atleta de boa índole. Mas ele, também, estava muito pressionado pelo valor que pagaram por ele", admite o treinador sobre o jogador de Campina Grande.
Que conselho dá Gilmar Dal Pozzo a Arthur? "Nem desespero, porque não estava a marcar. Nem euforia, por ter feito um golo importante. Potencial ele tem, para quem sabe, um dia, ser um atleta como o Jardel, que jogou a alto nível em Portugal", exemplifica o treinador, que antevê um jogador mais "confiante" para o futuro.
"Fazer um golo importante na Champions gera muita confiança. Então, não ficarei surpreendido se ele for titular na próxima partida. Passou esse processo e vai sair mais fortalecido para ajudar o Benfica. E vai ajudar muito Benfica", garante.
Nelo Vingada como referência
Gilmar Dal Pozzo orientou a Chapecoense, na última temporada brasileira, na Serie B. O técnico, de 54 anos, era apenas Gilmar quando defendeu a baliza do Marítimo, no inicio dos anos 2000.
Nestas declarações à Renascença, assegura que continua a seguir o nosso futebol e deixa mesmo uma revelação surpreendente.
"Portugal foi muito marcante para mim, pois foi quando eu ainda era guarda-redes [no Marítimo] que decidi que queria ser técnico. E o técnico da altura, o Nelo Vingada, foi quem me ajudou e incentivou", confessa.