A UNESCO exige o fim dos combates junto à cidade síria de Palmyra, que foi tomada pelo autoproclamado Estado Islâmico (EI). Os confrontos provocados pelo avanço dos jihadistas já destruiram uma parte importante da cidade histórica, com ruínas classificadas como Património Mundial.
"Palmyra é uma das jóias do Médio e Próximo Oriente, uma cidade romana ainda muito bem conservada, com templos muito completos, com edifícios públicos, anfiteatros, ruas", descreve à Renascença Luís Raposo, vice-presidente da Associação Portuguesa de Arqueólogos, acrescentando que "as notícias sobre a entrada do exército do Estado Islâmico deixam-nos extremamente consternados e revoltados".
Os jihadistas conquistaram a cidade, mas, segundo a agência Reuters, ainda não há registo de destruição das ruínas romanas de Palmyra, um local com mais de dois mil anos.
Do ponto de vista militar, na opinião do general Cabral Couto, a estratégia de combate aos terroristas não está a resultar. Este militar defende a necessidade de uma operação no terreno.
"Infelizmente, não pode ser apenas através de uma acção à distância, uma guerra de 'drones' [veículo aéreo sem tripulante]. É preciso que haja alguém disposto a morrer, tem de haver uma operação no terreno. De outra forma não vai lá”, afirma.
As ruínas de Palmyra classificadas de Património Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, que incluem templos e ruas ladeadas de colunas, situam-se no sudoeste da cidade.
A UNESCO tem alertado para o risco que corriam as ruínas de Palmyra desde o início da ofensiva jihadista, depois do EI ter destruído tesouros arqueológicos no Iraque. A cidade com mais de 2.000 anos tem grande importância estratégica para o grupo radical, estando situada no grande deserto sírio limítrofe da província iraquiana de Al-Anbar, que os terroristas já controlam em grande parte.