Autarquia e empresa de transportes condenados por discriminação religiosa
26-07-2021 - 20:01
 • Filipe d'Avillez

O caso aconteceu no Reino Unido e envolveu o pregador evangélico Franklin Graham. Para além de um pedido de desculpas público, as entidades pagaram mais de 125 mil euros em danos.

A autarquia de Backpool, no Reino Unido, e a empresa municipal de transportes, foram condenados por discriminação religiosa contra o pregador evangélico Franklin Graham, dos Estados Unidos, num caso que remonta a 2018.

A organização que representa o pregador, filho do carismático Billy Graham, pagou à autarquia para colocar cartazes a publicitar um evento em que Franklin Graham iria falar. Os cartazes foram colocados nos autocarros da cidade.

Contudo, apenas permaneceram nos veículos durante 24 horas. Após uma campanha liderada por grupos e ativistas que acusavam Graham de defender ideias contrárias aos direitos dos homossexuais e membros de minorias sexuais, as autoridades mandaram retirar a publicidade e hastearam a bandeira arco-íris no edifício da Câmara Municipal, iluminando a torre da mesma com luzes com as mesmas cores.

Os cartazes em si apenas indicavam o dia, hora e local do evento, com o lema “Um tempo de esperança”, sem fazer qualquer alusão aos assuntos de que se queixaram os grupos e ativistas LGBT.

A organização promotora do evento reclamou junto dos tribunais que acabaram por decretar que a autarquia e a sua empresa de transportes tinham agido em clara violação da liberdade de expressão de Graham, violando ainda a sua liberdade religiosa. Os organizadores do evento receberam uma indemnização de cerca de 127 mil euros e quer a câmara de Blackpool, quer a transportadora, publicaram um pedido de desculpas público nas suas páginas de internet.

Esta não foi a única vez em que Graham se viu em dificuldades no Reino Unido por causa das suas ideias sobre a homossexualidade. Em 2020, uma série de oito encontros em vários pontos do Reino Unido acabou por ser colocado em causa quando uma nova campanha liderada por grupos pró-LGBT levou todos os locais a cancelar.

Franklin Graham ainda levantou a possibilidade de contestar os cancelamentos nos tribunais, mas o confinamento provocado pela pandemia acabou por tornar todas a questão inconsequente.