O diretor da Unidade Autónoma de Gestão de Urgências e Medicina Intensiva do Hospital São João diz que "devemos pensar seriamente" na possibilidade de aumentar o nível de restrições no Ano Novo.
À Renascença, Nelson Pereira entende que a prevalência da variante Ómicron pode obrigar a novas medidas em relação às festividades da passagem de ano.
"No Natal, os encontros são feitos dentro de casa" - no Ano Novo não é o caso. Devemos pensar se devemos manter esta estratégia de deixarmos as pessoas encontrarem-se em contextos pouco protegidos", defende.
O intensivista do Hospital São João admite que o crescimento de casos com a nova variante poderá "rapidamente fazer enxertar uma sexta vaga nesta quinta que estamos a viver".
"Temos de estar muito atentos ao que vai acontecer nas próximas semanas", avisa.
Nelson Pereira pede que seja transmitida uma postura de "alguma cautela e que podem ser necessárias outras medidas, porque pode mesmo a ter de acontecer".
Já relativamente à pressão sobre os serviços de urgência, o especialista acredita que se avizinham "dois meses muito difíceis".
"Os serviços de urgência vão intensificar-se. Quer pela Ómicron, quer por outras doenças respiratórias desta altura do ano", antecipa.
E, no pior dos casos, Nelson Pereira admite mesmo que o volume de doentes em cuidados intensivos "pode vir a ser superior às nossas capacidades".