Por causa da seca, a ministra da Agricultura admite novas restrições ao uso de água para fins agrícolas. Sem especificar que regiões ou culturas podem vir a ser afetadas, Maria do Céu Antunes confessa-se preocupada e justifica eventuais medidas, com a necessidade de assegurar o futuro.
“Do ponto de vista da agricultura, as situações difíceis estão identificadas e com medidas de contingência a serem aplicadas, mas se esta situação continuar vamos ter necessidade, a todo o tempo, de a rever e aplicar aquilo que está previsto em cada um dos planos de contingência das albufeiras que são de fins agrícolas”, afirmou Maria do Céu Antunes.
Segundo a governante, “estamos preocupados com esta situação”, por isso há que ter medidas a “curto prazo” que, “infelizmente, podem passar por maiores restrições ao uso” da água, em atenção “ao futuro próximo”.
Por isso mesmo, o Ministério da Agricultura está a preparar a abertura de um aviso para ajudar os agricultores na instalação de sistemas de precisão para o uso da água.
Regadio mais eficiente
“É fundamental que possamos ter sistemas de regadio cada vez mais eficientes e que, estes, tenham de ser modernizados para o uso eficiente da água, mas também do ponto de vista da energia, para que as explorações agrícolas tenham as melhores condições para uma gestão eficiente”, justifica a ministra.
Assim sendo, o Ministério da Agricultura está, concretiza, “neste momento, a abrir um aviso de 12 milhões de euros, para que na exploração agrícola, os agricultores possam instalar sistemas de precisão para o uso da água, seja através de sondas, seja através de outros mecanismos”.
Maria do Céu Antunes remete qualquer outra decisão para a próxima reunião da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca, prevista para a semana de 20 de julho.
Na última reunião, quer a ministra da Agricultura, quer o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, apelaram ao uso eficiente da água, numa altura em que 66% do território nacional, está em seca extrema e outros 33% em seca severa.
Foi pedido aos portugueses que ponderassem o consumo da água e para que poupem “em todas as dimensões que seja possível poupar”.
“Apesar da situação grave, temos água salvaguardada para consumo humano para dois anos”, foi, de resto, a garantia dada pelo ministro Duarte Cordeiro, no final dessa reunião, e esta terça-feira, sublinhada pelo secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e Ordenamento do Território.
De visita ao norte do país, João Catarino admitiu o racionamento no uso de água em determinadas zonas do país e para atividades relacionadas com a agricultura, assegurando que a água para consumo da população não vai faltar, apesar das dificuldades.Na cidade de Évora, onde participou no Fórum Regional do Alentejo, no âmbito do Programa Bairros Saudáveis, a ministra da Agricultura e Alimentação garantiu também que o seu ministério tem tudo pronto para efetuar, até ao final desta semana, os pagamentos aos agricultores, no âmbito do Apoio Excecional de Crise.
“Temos tudo pronto para começar a fazer o pagamento aos agricultores”, afiançou, recordando “a necessidade de prolongar as candidaturas que terminaram no dia 9 de junho”, e que “segundo o despacho, podemos pagar até ao ultimo dia útil do mês seguinte”.
Contudo, Maria do Céu não vai esperar até ao fim do prazo, uma vez que o Governo quer fazer esse pagamento “o mais rápido possível”.
“Queremos verdadeiramente disponibilizar essas verbas e estamos com as condições para o podermos fazer no decorrer desta semana”, autentica, a governante.