O fim de semana é histórico nos campeonatos de Portugal e França por causa da arbitragem. Pela primeira vez um árbitro português dirige um jogo da principal liga gaulesa, sendo também inédito, na Liga profissional portuguesa, um árbitro estrangeiro apitar um jogo. Vai fazer-se história no Paços de Ferreira-Braga, que será dirigido por Willy Delajod.
A troca está inserida num intercâmbio celebrado pelos conselhos de arbitragem das Federações de futebol de Portugal e de França. Protocolo que serve de mote para uma entrevista de Bola Branca com um árbitro luso-francês. Adrien Pereira, de 25 anos, nasceu em Vitry sur Seine, nos arredores de Paris. Vive em Bondoufle, 30 km a sul da capital gaulesa. O pai é francês e a mãe de Nespereira de Baixo, localidade do concelho de Oliveira de Azeméis. É professor de Educação Física e árbitro de futebol. Está na Elite Regional, o quinto nível da arbitragem do futebol francês.
O intercâmbio de árbitros entre Portugal e França enche de satisfação e entusiasmo o jovem árbitro, que Bola Branca descobriu na Elite Regional do futebol francês. “É uma ótima notícia para os árbitros portugueses e franceses. E para mim que sou franco-português e o intercâmbio envolve os meus dois países. Uma experiência suplementar para os árbitros viverem. Em cada carreira há factos marcantes e os jogos vão ser um grande momento para esses árbitros”, refere Adrien Pereira.
O "caso" Godinho-Danilo
No âmbito do intercâmbio de árbitros entre os dois países, cabe a Luís Godinho a primazia de representar a arbitragem portuguesa no primeiro jogo da história da Liga francesa dirigido por um juiz luso, o Bordéus-Lens do próximo domingo, da quinta jornada da Ligue 1, marcado para as 14h00.
O passado do árbitro, com destaque para uma polémica expulsão do agora jogador do PSG Danilo Pereira, está a dar que falar nas últimas horas em França.
“A imprensa está a falar muito por ser a primeira vez que um português apita em França e na internet, mais do que o perfil do árbitro, os franceses foram com curiosidade ver o episódio da expulsão que envolveu Luís Godinho com Danilo Pereira há quatro anos atrás, num Moreirense-FC Porto”, revela Adrien Pereira.
Quanto aos clubes envolvidos, “Bordéus e Lens, não levantaram objeções". "Luís Godinho tem a confiança dos dois clubes para dirigir o jogo”, sublinha o árbitro luso-francês.
Willy Delajod no Paços de Ferreira-Braga
Para a estreia de um árbitro estrangeiro a dirigir um jogo do campeonato profissional português, a Federação Francesa enviou Willy Delajod. Uma escolha muito elogiada por Adrien Pereira.
“Trata-se do mais jovem árbitro da primeira categoria de França, a Federal I. Tem 28 anos e ascendeu ao principal escalão com 25. Subiu rápido porque tem um talento enorme e trabalhou muito. Li uma entrevista dele a um jornal francês: Willy Delajod desvaloriza a idade e diz que a juventude não lhe acrescenta pressão, porque se sente bem com uma boa condição física. Deu também para perceber que é um homem de caráter e com uma filosofia e visão do jogo muito próprias. É um árbitro que está no patamar máximo e consegue dirigir os jogos com classe”, refere Adrien Pereira.
Willy Delajod no Paços de Ferreira-Braga
Para a estreia de um árbitro estrangeiro a dirigir um jogo do campeonato profissional português, a Federação Francesa enviou Willy Delajod. Uma escolha muito elogiada por Adrien Pereira.
“Trata-se do mais jovem árbitro da primeira categoria de França, a Federal I. Tem 28 anos e ascendeu ao principal escalão com 25. Subiu rápido porque tem um talento enorme e trabalhou muito. Li uma entrevista dele a um jornal francês: Willy Delajod desvaloriza a idade e diz que a juventude não lhe acrescenta pressão, porque se sente bem com uma boa condição física. Deu também para perceber que é um homem de caráter e com uma filosofia e visão do jogo muito próprias. É um árbitro que está no patamar máximo e consegue dirigir os jogos com classe”, refere Adrien Pereira.
O sonho de dirigir um jogo em Portugal
Adrien Pereira tem apenas 25 anos e está integrado entre os melhores 16 árbitros da sua região, na chamada divisão de Elite Regional. É o quinto escalão da arbitragem francesa. O sonho de atingir o topo e um dia participar no intercâmbio com Portugal está vivo:
“Penso passo a passo. Ainda não integrei o nível da Federação. Falta-me um escalão. Estou no maior nível regional e vou trabalhar para chegar ao mais alto patamar da Federação. Mas os meus objetivos são sempre os maiores. Se tiver sorte e resultados pelo trabalho feito, gostaria de apitar um jogo do campeonato português, no âmbito do protocolo existente."
"Também sonho arbitrar um jogo internacional de clubes ou de seleções. Sonhar é grátis, mas só com trabalho é possível alcançar os sonhos. Vou continuar a trabalhar e evoluir para um dia, se surgir, agarrar a oportunidade”, declara o jovem árbitro franco-português, em entrevista a Bola Branca.