Os clubes profissionais pagaram cerca de nove mil milhões de euros em transferências de futebolistas em 2022/23, o segundo valor mais alto de sempre, aponta um relatório divulgado, esta segunda-feira, pelo Observatório do Futebol (CIES).
Acima destes 9,12 mil milhões de euros, só os 9,7 mil milhões da temporada de 2019/20, com o mês de janeiro deste ano a registar um novo recorde para a janela de inverno do mercado mundial, confirmando uma tendência de subida de preços que apenas os anos da pandemia de covid-19 ‘abrandaram’.
Nos últimos 10 anos, o valor da inflação atinge os 116%, incluindo cláusulas condicionais, e 90% sem estas, um ‘salto’ que comprova o peso crescente dos valores pagos mediante condições ou objetivos previamente estabelecidos.
O documento elaborado pelo CIES mostra que um futebolista que custasse um milhão de euros em 2013/14 hoje seria transacionado por um pouco acima de dois milhões.
O relatório olha para a última década do futebol profissional a nível global, notando uma inflação constante de preços pagos para transacionar futebolistas, com particular influência da Liga inglesa como ‘motor’, tendo em 2022/23 sido responsável por 40,2% do valor investido.
É um aumento considerável quando comparado com a média de 25,4% que representa a quota de responsabilidade pelo mercado entre 2013/14 e 2019/20, confirmando a influência dominante da Premier League.
Os preços que os clubes ingleses pagam também estão acima dos outros, e a inflação é mais notória neste campeonato, subindo a um ritmo anual de 12,6% comparado com 8% do restante mercado.
Em média, há um aumento de 9% ao ano na última década, um valor que baixou durante as duas temporadas afetadas pela covid-19, voltando à tendência crescente esta época. Entre os tipos de jogadores com um aumento de preço mais notório estão os defesas centrais (12,5%), laterais (11,1%) e jovens talentos (12,8%), ou seja, abaixo dos 21 anos.