Os líderes do PSD e do CDS-PP começaram esta quinta-feira a definir uma estratégia conjunta para as eleições autárquicas de 2021, numa reunião que teve lugar esta tarde na sede social democrata em Lisboa.
Francisco Rodrigues dos Santos, recém-eleito líder dos democratas cristãos, diz que está criada uma ocasião favorável para ambos os partidos pensarem as próximas eleições municipais em conjunto. Rui Rio, por sua vez, diz que é normal que se dê liberdade às estruturas locais para fazerem coligações com o CDS se assim o entenderem.
Depois da frieza das relações PSD-CDS no tempo de Assunção Cristas, o novo líder do CDS diz que há condições para se inaugurar uma nova era com o parceiro tradicional. Nesse sentido, Francisco Rodrigues dos Santos traça como primeiro objetivo as autárquicas do próximo ano.
“Creio que está criada uma ocasião favorável para que o CDS e o PSD possam iniciar uma estratégia concertada a pensar nas próximas eleições autárquicas para que se consiga uma maioria de centro direita, onde o PSD representa certamente o centro e o CDS uma direita democrática e popular”, afirmou.
O líder do CDS realçou que, no futuro, “será necessário manter o estreitamento de relações institucionais com lealdade e confiança mútua”, mas também através das diferenças entre os dois partidos.
Rodrigues dos Santos manifestou ainda o empenho para que “as reformas de que o país precisa possam começar a ser desenhadas” e existam “pontos de convergência para uma alternativa não socialista em Portugal”.
Para já, a ideia é construir uma maioria de centro direita para as autárquicas, para depois começar a pensar em conjunto nas reformas da Segurança Social, sistema eleitoral, Justiça, etc. Tudo o que Rui Rio tem dito que também quer.
Nas palavras do líder do PSD, o que aconteceu esta tarde foi uma "conversa normal, solta e simpática" que abriu a porta a coligações locais com os centristas.
Referindo a sua experiência pessoal em 12 anos à frente da Câmara do Porto em coligação, o líder do PSD acentuou que nunca teve dificuldades “ao longo dos anos em ter entendimentos com o CDS”.
Quanto à forma como poderá ser feito o entendimento com os democratas-cristãos para as próximas autárquicas, Rio apontou que será “como sempre se fez”.
“Deixar um bocadinho à liberdade de, localmente, concelho a concelho, as estruturas dizerem se querem ou não fazer coligações”, apontou, realçando que essa sempre foi a “regra” das parcerias autárquicas dos dois partidos.
Rio disse não esperar que o novo líder do CDS vá fazer “uma revolução” no partido e que tenha “uma linha de continuidade”, reiterando o posicionamento do PSD mais ao centro.
Sobre casos concretos de coligações com o CDS em Lisboa e no Porto, por exemplo, não se falou, garantiu Rui Rio.
Do lado do CDS-PP, estiveram presentes o vice-presidente António Carlos Monteiro e António Miguel Garcês e Lídia Braz, ambos da Comissão Executiva.
Do lado do PSD, na reunião estiveram, além de Rui Rio, o secretário-geral José Silvano e a vice-presidente Isaura Morais.
O encontro foi pedido pelo líder do CDS-PP, que foi eleito no Congresso de 25 e 26 de janeiro, e acontece na semana seguinte à reunião magna dos sociais-democratas, que consagrou Rui Rio para um segundo mandato à frente dos sociais-democratas.