A passagem do músico José Mário Branco pelo cinema português, como ator, compositor ou simplesmente narrador, é lembrada a partir desta terça-feira, num ciclo de cinema da Cinemateca Portuguesa.
O ciclo "José Mário Branco - A morte nunca existiu" abre com "Mudar de Vida" (2018), documentário que Pedro Fidalgo e Nelson Guerreiro fizeram ao longo de sete anos, entre Portugal e França, com base em imagens de arquivo e no registo de ensaios, gravações de discos, conversas e concertos, ocorridos durante esse período.
Com mais de uma dezena de filmes, nos quais José Mário Branco (1942-2019) participou de diversas formas, depois de regressar a Portugal do exílio, com a revolução de abril de 1974, o ciclo inclui obras como "O movimento das coisas" (1985), de Manuela Serra, recentemente restaurado, "A raiz do coração" (2000), de Paulo Rocha, e "A portuguesa" (2018), de Rita Azevedo Gomes, para os quais compôs música original.
Haverá ainda "Aqui d'el rei!" (1991), de António-Pedro Vasconcelos, e "A espada e a rosa" (2010), de João Nicolau, nos quais faz parte do elenco.
Serão também apresentados alguns dos primeiros filmes nos quais participou nos anos 1970, como "Cravos de abril" (1976), de Ricardo Costa que apresenta “imagens raras do dia 25 (de abril de 1974), no Terreiro do Paço e no Largo do Carmo, da libertação dos presos políticos no dia 26 e da manifestação do 1º de Maio”.
A Cinemateca explica ainda que os filmes em que José Mário Branco colaborou com Jorge Silva Melo serão exibidos numa retrospetiva em maio dedicada ao encenador e realizador.
José Mário Branco, um dos mais importantes nomes da música portuguesa do século XX, em particular desde a década de 1970, morreu aos 77 anos, em novembro de 2019.