As movimentações no PSD para afastar Rui Rio da liderança são “inoportunas e descabidas”, afirma António Capucho, antigo militante e secretário-geral do partido.
Em declarações à Renascença, no dia em que se ficou a saber que Luís Montenegro vai desafiar a liderança de Rui Rio, António Capucho critica o timing do anúncio e arrasa a oposição interna no PSD.
“Em primeiro lugar, lamentar que essa corrida não tenha sido concretizada durante o congresso, ou seja, toda a gente sabia que o líder da oposição à estratégia de Rui Rio era Luís Montenegro, mas ele ficou nas tábuas e enviou para a cabeça do touro Pedro Santana Lopes”, argumenta Capucho.
“Foi pena não ter assumido a sua vontade de liderança do partido na altura própria e não agora a meio do percurso e a poucos meses de eleições”, sublinha.
Em relação às sondagens "poucos brilhantes" para o PSD, afirma o antigo secretário-geral, Montenegro “deve por a mão na consciência, ele e todos os que fazem oposição a Rui Rio, porque o eleitorado olha para o PSD e verifica que há uma agitação permanente e não lhe merece confiança o PSD, em geral”.
“O grande responsável não é a falta de estratégia ou a falta de liderança de Rui Rio, mas sim o facto de a oposição interna estar a atuar de uma forma inoportuna e descabida”, acusa.
Nestas declarações à Renascença, António Capucho assume que ainda não é chegada a altura de regressar ao partido, embora admita que o possa fazer no futuro.