A Associação Nacional de Proprietários defende que o aumento das rendas para 2024 deve ser o indicado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
A estimativa, tendo por base a taxa de inflação, conhecida esta quinta-feira aponta para uma subida das rendas na ordem dos 7%. O ano passado o Governo impôs um limite, contornando a legislação vigente para a atualização de rendas.
Em declarações à Renascença, o presidente da Associação Nacional de Proprietários, Frias Marques, classifica essa medida como uma “mentira” que não deve ser repetida e que, argumenta, que acabou por ter “efeitos perversos”.
“Se a ideia era limitar o aumento das rendas, todos nós sabemos que as rendas nunca subiram tanto como no ano passado e este ano também”, refere.
Questionado sobre se, perante a crise no setor da habitação e a falta de rendimentos das famílias para fazer face aos efeitos da inflação, o Governo não deve limitar as rendas, Frias Marques lembra que os “proprietários também são famílias”.
O presidente da Associação Nacional de Proprietários lembra que “noventa e tal por cento dos senhorios são apenas detentores de um simples andar e essa renda faz-lhes muita falta para também poderem sobreviver neste ambiente de inflação”.
Para este dirigente associativo, “a verdadeira inflação não está nas rendas, está no talho, na peixaria e na energia, nomeadamente nos combustíveis”.
A Renascença também ouviu a Associação dos Inquilinos Lisbonenses que, assegura, um aumento de 7% é incomportável para as famílias e questiona a necessidade de nova subida numa altura em que, afirma, “o preço da habitação está demasiado elevado”.
Este dirigente associativo recorda ainda que, “de uma forma geral, os preços, por exemplo, da alimentação e da energia, estão demasiado elevados” e que os rendimentos das famílias não têm acompanhado estes aumentos.
No plano político, o Governo já fez saber que ainda está a avaliar se vai ou não tomar alguma medida nesta matéria e o PCP revelou que vai levar o assunto ao Parlamento, defendendo um travão ao aumento das rendas.