Mais de duas centenas de pessoas concentraram-se este sábado no Porto numa manifestação de homenagem a Giovani Rodrigues, jovem cabo-verdiano que morreu na sequência de graves agressões, na madrugada de 21 de dezembro, em Bragança.
"Dar um basta à violência" e "mostrar indignação pela forma como a justiça e os media abordaram esta situação". Foi um dos objetivos de Luís Lima, estudante do Instituto Universitário da Maia - ISMAI e um dos organizadores da manifestação.
Luís lembrou à reportagem da Renascença que "passado algum tempo das agressões não havia notícias, não havia nada sobre o Giovani" e que "infelizmente o jovem foi assassinado de uma forma violenta – um jovem de 21 anos, um exemplo de aluno, um exemplo de filho".
Também a jovem Nevab, a frequentar o último ano de mestrado na Faculdade de Letras do Porto se esforçou na mobilização de manifestantes. Aos presentes, a estudante cabo-verdiana manifestou a vontade de que não haja "mães mais a chorar a morte dos seus filhos desta foram".
Num discurso emocionado, a estudante cabo-verdiana disse aos presentes que "não queremos que jovens que vêm para Portugal estudar, buscar uma vida melhor, percam as suas vidas" e revelou que não existe nenhuma satisfação particular, antes pelo contrário, em "estar nas ruas a falar da vida dos nossos amigos que foi perdida desta forma tão cruel".
Navab recordou que " estamos aqui para expressar a nossa dor" e, mais importante, "nós estamos aqui para dizer que não, não estamos a promover a violência" e que "queremos pura e simplesmente a justiça e queremos que esta violência pare contra grupos muito específicos", contra "jovens que têm um futuro enorme pela frente mas que, infelizmente, foram brutalmente paradas".
Para além de muitos anónimos – cerca de duzentos e cinquenta - a manifestação contou também com a participação de deputados do Bloco de Esquerda e do PAN.